O Jovem Professor Pedro nunca teve problemas com a polícia, sempre andou na linha, sempre foi um "rapaz de bem".
Na faculdade começou a se engajar nos movimentos de luta de sua cidade, começou a participar de protestos, greves e todo tipo de movimentação. Pedro percebia que os governantes não queriam o bem comum, somente o deles.
Então em um dia de outono, Pedro e uma centena de jovens manifestavam contra o aumento da tarifa de ônibus. Várias viaturas chegaram ao local, as equipes de reportagem cobriam o evento. Gritos de ordem, mesa de som, barulho e muita revolta.
Até que em determinado momento um Policial abordou o jovem Pedro. Pediu seu nome e documento, o rapaz se recusou a entregar, a "autoridade" insistiu, Pedro deu as costas, então o Sargento segurou seu braço com força.
Pedro naquele instante, pela primeira vez, sentiu o braço armado do estado agir diretamente sobre ele, o policial segurava seu braço com força e ele nada podia fazer para se desvencilhar daquela agressão, afinal o homem da lei tinha uma arma na cintura.
Pedro sentiu medo, sentiu pânico, sentiu tristeza por perceber, pela primeira vez, as amarras que o prendiam. O jovem professor só era livre enquanto andasse na linha e trabalhasse como o Estado manda. A partir do momento em que transgredisse essa condição seria vorazmente repreendido. Naquela tarde ficou por isso mesmo, foi apenas um aviso, somente seguraram-lhe pelo braço, mas ele sabia que dali por diante a violência só iria aumentar, e seu coração tinha que estar preparado para isto.
"Quem não se movimenta não sente as amarras que o prendem". - Rosa Luxemburgo.
Texto de: Marco Aurélio
Foto de: Giovanna Garcia Cruz
Foto de: Giovanna Garcia Cruz
Parabéns Marco Aurélio,documentários incríveis!
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