domingo, 9 de dezembro de 2018

VIVA LUTA


De nada adianta clamar aos céus uma tempestade 
Quando as nuvens estão dispersas
Do nada as nuvens se juntam
Do na nada a tempestade cai

De nada adianta reclamar nas redes sociais
Quando a rede é de direita
Do nada as esquerdas se juntam
Do nada a revolução saí

De nada nada adianta a social-democracia bradar
Quando o capital quer avançar
Do nada o povo se vê
Do nada o povo vai

De nada adianta a pequena burguesia, paz e amor, ladrar
Quando o povo saí às ruas a violência predomina
Do nada a pequena burguesia se apequena
Do nada o povo se engrandece.

OTÁVIO SCHOEPS

quarta-feira, 14 de novembro de 2018


BIPOLARIDADE

Nessa terra das quatro estações
Sou apenas bipolar
Nessa terra de dois pólos, norte e sul
Sou apenas bipolar

Sou a tese, a antítese e a síntese
Sou o pólo positivo, negativo e o equilíbrio
Sou o caos, a ordem e revolução
Sou o solo, seco e molhado

Nesse céu azul de nuvens carregadas
Sou a chuva de verão
Nesse céu tempestuoso, trás a vida e destruição
Sou a chama apagada a tempestade

Sou a conservação pós-revolução
Sou a hora perdida no horário de verão
Sou o passado e o presente sem futuro
Sou a maldição da repetição

OTÁVIO SCHOEPS

terça-feira, 12 de junho de 2018

GUERRA DECLARADA




Diziam “a guerra civil não declarada”
A guerra foi declarada, como sempre na calada
Os palácios devem ser destruídos com as pessoas dentro
O poder é um vício
As mansões devem ser destruídas com as pessoas dentro
O luxo é um vício
Diziam “sem violência”
A violência das elites vem á cacetadas e canetadas
A ganância avança e a miséria prospera
A ambição de um mundo justo
O orgulho dita as leis dos “bem nascidos”
O sujeito digno subjugado, luta
Diziam “conciliação entre as classes”
Paz entre nós, guerra aos senhores
Entre o choro da mãe do peão, que chore a mãe do patrão
Que cada gole dos seus coquetéis, que caía um coquetel molotov em você
Entre o seu privilégio, que permaneça os meus direitos
Suas asas serão cortadas á facadas, o grito dos excluídos te cala
Diziam “ame-o ou deixe-o”
Amamos a vida, morra você que quer a ver destruída
A idolatria do cifrão, o meu fuzil na mão
Vagabundos e párias, não sou pobre de direita
Somos proletários e não tememos nada, nem o trabalho
A elite política enforcada com as tripas da elite financeira
OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 10 de junho de 2018

Era de se esperar


Era de se esperar
De comum os defeitos
Uns a controlar seus feitos
Outros a deixar aflorar

Era de se esperar
A vontade passar
E passou...
E aquilo que queríamos,
Já esquecemos
Era de se esperar
Outra vontade chegar
Com os mesmos dissabores
Que satisfazem o ego
Era de se esperar
A calma chegar
A esperança controlar
O mal calar
OTÁVIO SCHOEPS

De meias verdades e inteiras mentiras


Quem vive de aparência
Nega a transparência
Minha experiência
É esconder a essência

De cenas avassaladoras
Da alma desbravadora
De palavra consoladora
Da matéria libertadora

Quem morre de vivência
Nega saliência
Minha sobrevivência
É achar a inocência

De mentes transformadoras
De alma amadora
De palavra abrasadora
De verdade contestadora
OTÁVIO SCHOEPS

Velocidade alta e Luz baixa


Troveja e relampeja
A água que cai mais suja do que limpa
Velocidade alta e  luz baixa
Ré dada e volta atrás

Tremor e furor
O chão abre mais humanos do que vermes caem
Velocidade alta e luz baixa
Para baixo e sem parada

Cinismo e ódio às claras
A luz mais cega do que ilumina
Velocidade alta e luz baixa
Parado e embriagado

Veneno e cisma às escuras
A treva mais brilha do que assusta
Velocidade alta e luz baixa
Para os lados opostos, há saída

OTÁVIO SCHOEPS