terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Área de risco


Como se eu quisesse por a própria vida em risco
Como se eu quisesse estar às margens de córregos e rios
Como se eu quisesse deslizar do morro em volto á lamas
Como se eu quisesse enfrentar a natureza, Oficial de Justiça e a Polícia

Quem enfrenta a natureza colocando a minha vida em risco
É quem especula, acumula, exprimem as margens dos rios
Quem nada em dinheiro, poluição e trama
É quem acusa, julga e condena

Eu quero poesia e a beleza da existência
Sentir a vida sem violência
Eu quero espaço sem decadência
Rir sem peso na consciência

A quem se orgulha, os lamentos
Há quem que mesmo humilhado, luta
A quem se ilude, os tormentos
Há quem que no meio do pesadelo, sonha


OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 28 de dezembro de 2014

Troll Acadêmico


De tosco que sou
Não sou um Rottweiler amoroso, sou um lobo tosco
De acadêmico que tu és
Não vou debater o alvoroço, sou um vira-lata sincero
Do cão louco que sou
Não sou um cão castrado pelo capital, sou um cão vadio
Do patético enfático que tu és
Não vou me deixar levar por essa onda rasa, sou a maré

A terceira via nada visa
Os olhos cegos de ganância e intolerância
A visão perdida no subterrâneo da terra
A questão não é ser bom ou mau
A via congestionada, nada sabe
Os sentidos estupefados
A visão perdida no obscuro espaço
A questão o que é, Quem lucra?


OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 21 de dezembro de 2014

HOLOCAUSTO



Dos holocaustos diários
A diária cara, corpos despedaçados
Dos holocaustos planejados
O plano caro, almas desabrigadas

Dilúvios e desabamentos
Os aflitos temem
Lucros e dividendos
Os corruptos querem

Dádiva vida, morte endivida
A vida enfurecida, morte anunciada
Devida morte, vida e sorte
A morte consumida, vida reluzida

O sacrifício no dia a dia
Os prédios caem às vistas
A jogada do dia
As cartas marcadas são expostas  


OTÁVIO SCHOEPS

sábado, 20 de dezembro de 2014

O escuro universo em verso


A escuridão do universo parece ignorar as nossas pobres paixões
A luz solar parece nos queimar
O ancião parece se cansar de tanto o sol nascer
A sombra lunar parece nos conter

De tanto o sol nascer e morrer
As estrelas mortas a brilhar
De tanto o luzir e refletir
As estrelas são pedaços de espelhos a sofrer

Caminho e exercito músculos que serão comidos por vermes
Viajo e desfruto de paisagens esquecidas
Caminham exércitos desnudos que serão aniquilados por germes
Viaja e ignora as paisagens já vistas

De tantas pobres e podres paixões
O calor obscurece
De tantos trotes e nobres ilusões
O amor padece


OTÁVIO SCHOEPS

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Psique


A loucura, julgada e condenada
Da inquisição à Psiquiatria
A doçura almejada e algemada
Da aceitação à alegria

No decorrer do tempo, o alento
No escorrer do tempo, o vento

A lucidez acumulada e injusta
Da divisão à justiça
A dança sonhada e julgada
Da visão apagada

No correr dos tempos, o tormento
No varrer do tempo, o momento


OTÁVIO SCHOEPS

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Além do sedentário



De todas as revoltas internas e externas
Com todas as doenças criadas e mal curadas
Brotam flores com espinhos
Floresce o veneno

A terra se alimenta de sangue
Alimentam contas, status e a arrogância

De todas as revoltas controladas e aniquiladas
Com todas as massas cortadas e fatiadas
Há um que escapa
Uma nova ameaça

A terra purificada no mangue
Purificam seres, almas e a ignorância

A chave do negócio é a insegurança e o medo
O receio da miséria, miséria é acúmulo
A chave do ócio é o tempo natural
O anseio do lucro, lucro é nulo

A terra seca segue
Seguiram almas secas

A meta atingida e a dívida paga
A dívida que endivida
O carma paga e a evolução propaga
A evolução que ensina

A terra úmida enaltece
Enaltecem almas molhadas


OTÁVIO SCHOEPS

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Tri$te Ca$a


Na triste casa a paz tarda à chegar
A paz em forma de cifrão
Na triste casa as noites são longas de acabar
A paz daqui, quem diz é a televisão

Um pedaço do mundo seu
A terra se rompeu
Um pedaço do mundo se corrompeu
A terra o remoeu

Na triste casa a propaganda foi comprada
Com cheque sem fundo
Na triste casa a venda consumada
Com os pés num poço sem fundo

Sobre os cantos profundos
Nada é seu
Sobre os mantos e os defuntos
Nada sou eu

OTÁVIO SCHOEPS           

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O joio e o trigo


Não coexiste capitalismo e ecologia
Apenas fala falaciosa
Não existe balança favorável
Apenas um peso e duas medidas

Não existe ingenuidade que não seja punida
Apenas belas falas devidamente fundamentadas
Não existe céu sem inferno que não sejam divulgadas
Apenas o medo do feixe e a pele ungida

Não tem erro sem acerto
Apenas o resultado final
Não tem o mero acaso soberbo
Apenas o miserável e o mal

Não tem belas construções que sobrevivam
Apenas as que apontam o céu
Não tem belas ações que sobreviviam
 Apenas as que julgam o fel


OTÁVIO SCHOEPS

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O crente embriagado

                                  
Quando a embriaguez e a lucidez se misturam
O tempo lento a girar
Quando as ideias não têm práxis
O tempo e o vento a girar

Da estrutura podre e carcomida
Seu topo apodrece e caí
Da práxis e dos termos
Seu cotidiano enfraquece e vai

Quando a vida te cobra
Dá as costas e vai embora
Quando a morte te julga
Dá os pulsos e vai embora

De uma maldade saliente
Uma bondade ausente
De uma falsidade vigente
Uma verdade crente


OTÁVIO SCHOEPS