sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Guerreira



Em suas mãos sempre uma bandeira ou um cartaz
Em seus olhos amorosos e esperançosos
Ouço sua sua voz ao longe, de um brado calmo
Ouço seus conselhos e seus anseios

Vejo o seu jeito peculiar ao lidar com o cotidiano
Vejo seus passos, sua sombra e sua luz
Me perco nos seus devaneios
Me perco na sua presença

Em seu toque suave tudo muda
Em seu toque o peso alivia
Sinto seu cheiro numa brisa
Sinto seu andar numa pluma

Seus olhos verdes se avermelham
Seus olhos verdes iluminam
Sinto a força da sua luta
Sinto a luta que te move

OTÁVIO SCHOEPS

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Tempos Patéticos



Tempos loucos e momentos patéticos
Se manifestam no domingo pra não atrapalhar o trafego
O uniforme da CBF
Tempos pós-modernos e momentos patéticos
Se manifestam na quarta-feira se atrapalhando e ao governo pedindo arrego
O colete da CUT

Tempos estranhos e momentos patéticos
É ver a Katia Abreu distribuindo churrasquinho ao MST
É ver o MTST pedindo divida ao minha casa minha vida
Tempos proféticos e momentos patéticos
É ver Eduardo Cunha multiplicando dinheiro na Suiça
É ver fariseu posando de cristão

Tempos de traições e momentos patéticos
É ter um partido aliado que acusa
É ter uma ponte para o futuro
Tempos surreais e momentos patéticos
É ter treta na padaria entre coxinha e enroladinho
É ter massa manipulada e podre

Tempos acéfalos e momentos patéticos
Trio-elétrico e coreografias fazem parte da festa
Pato gigante, volta da ditadura (que nunca foi)
Tempos microcéfalos e momentos patéticos
Trio-elétrico e bandeiras podres fazem parte da festa
Colete vermelho e pão com mortadela


"Que a lama da Vale levem coxinhas do Brasil Livre e enroladinhos do Povo Sem Medo, pois
da lama vieram para a lama voltarão"



OTÁVIO SCHOEPS

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Deus Mercado e o Santo Empresário

Sou o empresário e tenho os meus súditos assalariados
Sou endeusado, neutro e vangloriado
Minha bíblia é a arte da guerra
Conquisto espaços e mercados
Governos caem, de pé eu fico imaculado

Sou o empresário, ousado e visionário
Sou a ciência sem mim não existe
Minha finança é a ganância, seu sonho vai por terra
Conquisto o progresso que é a chaga dos explorados
Governo sem legenda, na minha mão a minha marca, imaculada

Sou empresário, minha empreitada e meu fascismo
Sou o sonho dos pequenos que esmagarei
Minha vida propagandeada na revista, jogada na loteria
Conquisto e dito o que deve ser dito
Governos se vendem a mim, tal como a cruz de Constantino

Sou empresário e a miséria que produzo e deve ser dizimada
Sou o céu nas trevas, sou as trevas da sua paz, a paz do mercado
Conquisto prestigio e elogio
Minha calma, te alivia, meu nervosismo, te amedronta
Governo sua terra como se não houvesse amanhã

OTÁVIO SCHOEPS

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Impedimento/Arrependimento


Ô parça de que golpe você fala?
O golpe foi dado nos trabalhadores, pescadores e aposentados
Ô parça, tenho cara de banqueiro, empreiteiro ou de fazendeiro?
O golpe foi dado nos que não estavam nos estádios na copa do seu mundo

Ô parça cá estou eu entre o seu impedimento e o meu arrependimento de ter dado trela a sua estrela
O golpe foi dado no seu peleguismo, nessa falsa paz entre as classes
Ô parça não entendo de dialética burguesa e tampouco da sua estética da pobreza
O golpe foi dado de cabo a rabo, e eu não tenho nenhum cargo dado

Ô parça não vem com essa fita de guerrilheira e sindicalista, não faço parte da sua lista
O golpe foi dado na carta aos brasileiros
Ô parça não me venha com a escola de Chicago, sou favelado
O golpe foi dado, golpe branco, sou preto

Ô parça tô ligado no capitão-do-mato, você não me mata
O golpe foi dado por sua escolha
Ô parça você não me ilude, sou vacinado
O golpe esfacelado você não está do meu lado

OTÁVIO SCHOEPS