quarta-feira, 27 de março de 2013

Biografia





Neri Jori Francisco Jovino é natural da região norte do país,onde existiu a tribo Jori destruída pelo incêndio criminoso. Quando chegou à cidade sua idade foi calculada em 13 anos,apesar da baixa estatura. Filho de Jovino do Nordeste com Amaberia Jori.
A distância da aldeia para a cidade onde chegou é de mais de mil quilômetros,o menino só,sem condução e alimentação venceu o trajeto.
O fenômeno é atribuído à Lua-cheia,que à ele se apresentava na forma humana e também ao Velho da Montanha,um espírito protetor dos curumins. Seu nome é originário aos costumes de seu povo em preservar a memória de antepassados ou benfeitores,portanto,Neri poderia ter sido o nome de algum profissional da saúde ou militar que visitaram as aldeias isoladas,pois,em outra tribo,na mesma região,conhecemos o menino Nery Uanã.
Jori,seu avô,foi assassinado juntamente com o sertanista Francisco em confronto armado. Praticamente autodidata,aprendeu ler e escrever observando os relatórios dos voluntários. Com um graveto ia copiando tudo o que via no piso de chão batido de sua morada e aos poucos foi desvendando o mistério das letras.
Morador de rua,conheceu a professora Dona Ilda que o ajudou a melhorar o que já sabia.
Certo dia,desapareceu misteriosamente. “O Velho da Montanha o levou para morar com a sua amada”,assim testemunhou Cinho,o menino que cavalga a noite pela floresta.
Suas escritas foram encontradas sobre a enorme mesa de madeira,onde ainda está o anjo tropeiro.
“Isso é ouro puro”,foi dito pelo historiador professor André,quando teve acesso aos manuscritos.

Autor: Neusir Índio

domingo, 24 de março de 2013

Gritos na noite



O caminhão desce lentamente a ladeira
Os trabalhadores gritam, brincam e se divertem
O caminhão amarrotado de lixo
Os gritos deles ecoam na noite

Na mesma ladeira, garotos de bicicleta,
Correm e gritam, riem e se divertem,
O vento na cara, batem nas placas
E o grito ecoa na noite

Bradam, estão vivos
Querem ser escutados
Numa noite qualquer
Uma tribo urbana qualquer

De trabalhadores à pequenos arruaceiros
De iludidos, alegres, alucinados, todos unidos
Ao menos numa noite
Nessa noite, mais gritos na noite

OTÁVIO SCHOEPS


segunda-feira, 18 de março de 2013

Eduardo Marinho / Na Natureza Selvagem / Sesc Sorocaba


Salve Salve amigos e leitores do blog "Lâminas Verbais", nesta friolenta noite de segunda feira trago até vocês nossa matéria sobre o evento ocorrido no Sesc nesta última Sexta-Feira, dia 15/03/13.
Neste dia foi exibido o filme "Na Natureza Selvagem", e a atividade contou com a presença marcante do artista de rua, "filósofo contemporâneo e gênio do óbvio" Eduardo Marinho. Para nós da Equipe Lâminas Verbais foi uma enorme satisfação ter conhecido esse cara, afinal faz algum tempo que assistimos seus vídeos no U-Tube e ficamos impressionados com a eloquência e a coerência de seus discursos.



Além da palestra Eduardo trouxe até nós algumas de suas obras de arte, além de alguns exemplares de seu livro - com o preço um pouco salgado ele mesmo reconheceu -, mas mesmo assim adquiri um exemplar e não me arrependo não.
A fala de Marinho ( recordando os tempos de exército ) não fugiu muito do que era esperado, no entanto alguns episódios de sua história de vida que não aparecem nos vídeos da internet surpreenderam o público. Foram poucas as intervenções, as pessoas pareciam mais empenhadas em ouvir do que em falar. No entanto, longe do caráter professoral, ou dos academicismos mórbidos, Eduardo deu a sua palestra o caráter casual e improvisado de um bate papo. Só faltaram mesmo as cervejas.
O Sesc já havia fechado as portas e o diálogo comia solto, uma meia dúzia de gatos pingados teve realmente de se retirar, no entanto a maior parte do público prosseguiu até o final. Nessa conversa foram contemplados alguns pontos importantes, como a visão do artista sobre o regime Cubano e o Governo de Chávez na Venezuela, ele repudiou a demonização levada a cabo pela grande mídia burguesa, e falou coisas realmente interessantes sobre a solidariedade e a luta contra a desigualdade social existente nestes países, além de tratar sobre o imperialismo estadunidense, a mediocridade e insegurança de nossa "elitezinha" brasileira.
Enfim, um diálogo riquíssimo que não podemos reproduzir, apenas apontar alguns pontos. Realmente só estando lá para saber o quanto foi proveitosa a atividade. Tanto a Equipe do Sesc, quanto o público em geral e sobretudo o convidado Eduardo Marinho estão de parabéns. Foi realmente excelente, espetacular.


Parabéns a todos!!!





Marco Aurélio - Equipe Lâminas Verbais.


Otávio Schoeps - Equipe Lâminas Verbais.


Ah...



Ah, a dor, como seria a vida sem senti-la?
Ah, as dificuldades, como seria a vida sem tê-las?
Ah, as incertezas, como seria a vida sem vivê-las?
Ah, o amanhã, como seria a vida sem esperá-la?
Talvez uma vida sem vitórias, sem satisfação, sem a cura, e sem vida


A tristeza é um sonho que deu errado
De todas essas moléstias, fico com o que me resta, e o que resta é escrever, até não mais poder, para não enlouquecer

A loucura bate na porta, não a atendo, estou ocupado escrevendo
ela entra pela janela, fecho os olhos, e não a vejo
sussurra no meu ouvido, eu tampo com simples fones
fecho os olhos, os ouvidos e viajo

A loucura desiste por um instante, mas ela vai voltar, eu sei

OTÁVIO SCHOEPS

sábado, 16 de março de 2013

Folha em branco




Folhas de tão usadas, borradas e amassadas
Uma nova escrita lhe espera e novas palavras
São queimadas e purificadas
Apenas as cinzas das folhas velhas

E lá se escreve e muito se repete
Talvez velhos hábitos na folha
O romper e criar na folha
Passa á limpo, repassa palavras

De todas as folhas velhas e queimadas
A mão que escreve é a mesma
E aqui tenho uma nova folha
Escrita ao nascer do sol

Uma nova escrita dia após dia
Folhas em branco, folha cândida
Folha de uma alma necessitada
Nas folhas em branco, a nova escrita

OTÁVIO SCHOEPS

sábado, 9 de março de 2013

DISTÂNCIA



Talvez a distância física aproxime as almas
É como se fosse uma partida com volta marcada
A alma marcada e machucada
A alma renascida e cicatrizada

De uma ansiedade destrutiva
O passar do tempo
As variações do tempo
De todas as incertezas, em que crer?

As palavras duras e o peito endurecido
O maldizer dos feridos
O desejo dos famintos
Se Cruzam nos mesmos caminhos

E as voltas são grandes
A distância triste de hoje
Pode ser uma bela cena
De um reencontro de amanhã

OTÁVIO SCHOEPS

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulher Trabalhadora

















Mulher 
O gênero nos separa
Mas a classe nos une.
Presos por grilhões 
E debaixo da chibata
Nada nos separa 
Mas tudo nos une.

É da força de nossos braços
E do suor de nossas testas
Que provém toda a riqueza.

É do esforço diário
Do labor e do trabalho
Que provém toda a beleza.

Produzimos praticamente tudo
Mas ficamos com migalhas.
Explorados por abutres
Que "edificaram a riqueza

sob o suor de quem trabalha".

Mulher trabalhadora
É preciso lutar contra os patrões
Contra os bancos e grandes corporações
Nada temos a perder
A não ser nossos grilhões.

Marco Aurélio

quarta-feira, 6 de março de 2013

Olhar poético




A poesia nasce prematura, mas dura
Vem ao mundo com dor, pois chora
Os pulmões começam a trabalhar
Em pouco tempo se acalma e adormece

A poesia está viva, mas morre no fim do dia
A poesia nasce com o dia, e a noite lhe espera
A espera que angústia o ser vivo que ela é
No fim do dia, um apenas: pois é

Mais um dia ou menos um dia?
Não importa, a poesia está viva
Viva nos meus e nos seus olhos
Os olhos não mentem, apenas
expressam o que sentem

A boca que declama, por vezes se condena
A mão que escreve, por vezes se engana
A vida mostra, os olhos a enxergam
Sim, apenas os olhos

OTÁVIO SCHOEPS

terça-feira, 5 de março de 2013


Vida Cotidiana:

Vivemos nossas vidas cotidianas
Medíocres e Mesquinhas
Vivemos nossas vidas cotidianas
Pessoas individualistas e sozinhas

Fazemos Planos
Fazemos Sexo
Fazemos Pouco
Não temos Nexo

E com essa vida cotidiana não aprendemos nada
Vejo no Jornal a Notícia
"Morre Chavez, Venezuela Abalada"

E já não sei para onde vou
Nem sei se quero ficar
Parece que meu cerébro parou e está prestes a surtar.

O Inferno é logo ali


Na Bituca de Cigarro
No copo melado no fundo
Todo Uísque derramado
Por cada cm desse lugar imundo.

De tanta cinza e tanta guimba
O cinzeiro transborda
De tanta ganância e soberba
Ninguém mais se importa

Cada um por si e Deus contra todos
Parece Piada ou Falácia
De inocentes Garotos

De tanta mentira e tanta desgraça que assisti
Se me perguntam respondo
O Inferno é logo ali!!


Marco Aurélio

sábado, 2 de março de 2013

ELA










O tom de voz é baixo, seus gestos suaves
 O sorriso é melancólico, seus olhos brilham
 O andar é tranquilo, suas expressões comedidas
 A calma lhe é natural, sua beleza uma força da natureza
 E eu, apenas observo um tanto boquiaberto
 Querendo senti-la e vê-la todos os dias
 De uma distância segura, eu apenas observo
 Querendo vê-la e senti-la todos os dias 

OTÁVIO SCHOEPS