sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Não basta


A vida jogando
Os dados rolando
Ímpar ou par? Tanto faz
Não lembro em que apostei

Não basta o tremular das bandeiras
O chão tem que tremer
Não basta o bradar dos sonhos
Tem que os sentir nas mãos 

A vida jogando
Os dados rolando
Ímpar ou par? Tanto faz
Não lembro em que apostei

Não basta o urro no escuro
O sussurro tem que ser no ouvido
Não basta a lágrima cair
Tem que cair e inundar


OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 10 de agosto de 2014

Tudo em paz no dia dos pais.


As mãos do rapaz seguram a cédula de identidade, no verso é possível ler o nome de sua mãe e o nome de um sujeito que ele mal teve tempo de conhecer.
Na TV de sua casa a voz aveludada de um homem faz a chamada, para que os telespectadores aproveitem os últimos momentos da promoção de dia dos pais.
Um perfume? Uma caixa de charutos? Uma camisa? Uma gravata? Um barbeador elétrico?
Nada disso, ele não vai comprar nada não. Na certa nem compraria de qualquer forma, como bom socialista que é pagaria umas cervejas e ao final de tudo lhe daria um abraço.
Não é o fato de não poder participar da festa do consumo o que o incomoda. Mas sim o fato de não compreender ao certo o porquê de não ter conhecido direito o sujeito que lhe empresta o sobrenome, que tem o nome grafado no verso da sua identidade.
Sim foram apresentados sim. Na época de maior frequência as visitas ocorriam a cada três meses. Depois foram aumentando os espaçamentos de tempo. Até que cessaram de uma vez por todas quando o rapaz passou a maioridade.
Nem mais uma visita, nem mais um telefonema, nem um olá, um aceno ou qualquer coisa do tipo...
As propagandas são mesquinhas mesmo, os desenhos eram bem mais generosos; Tio Patinhas, Tio Donald, Avô Gohan... Estes nunca causaram incômodo.
Mas “não ter pai” no dia dos pais, não quer dizer que não tenha paz. Afinal essa condição é compartilhada por muitos, e não é um amontoado de propagandas estupidas que vão lhe tirar o sossego.
Após um breve momento de reflexão, Pedro guarda sua identidade na gaveta, se veste e vai preparar o café. Após o almoço talvez assista um daqueles filmes engraçados, com o Adam Sandler, que sempre passam na TV no segundo domingo de agosto.
Marco Aurélio

sábado, 2 de agosto de 2014

Enamorados outra vez.

















Os amigos dizem que sou jornalista, escritor ou poeta; digo que sou apenas um observador que tenta passar para o papel as maravilhas que o misterioso universo nos oferece. A grata novidade é a pureza no re-amor do menino Brait, tendo como padrinhos Vera e Celso.
Não é mole, é Ferro!

Autor: Neusir Índio