domingo, 29 de junho de 2014

Livre com corrente



Estou cansada dessa historia
Amor liberal? Individual? Me NEGO a competir com minhas companheiras
Por algumas horas de transa
E uns carinhos de brinde

Só quero amar Amar livre
Como um pássaro que viaja sem rota
Mas sabe que seu ninho estará lá
No mesmo lugar de sempre
No coração

Gabriela Guedes

sábado, 28 de junho de 2014

O sopro do vento



Energizante é o momento, é o pensamento,
É o poder que isso tem sobre o vento,
É como causa e efeito.
Luz do dia atravessando a janela

O cantar dos pássaros contentes...
Cômodos iluminados, portas abertas.
Mais uma vez o vento sopra,
Fazendo pequenas correntes.

Esse vento que faz girar o moinho,
Desmancha o cabelo, destelha as casas,
Desarruma o que nunca de fato foi estático.
Traz junto a mim o cheiro do teu perfume,

Aquele que não te faz indiferente,
Aquele que incendeia tudo onde passa,
Aquele que te faz tão presente,
Embora seja apenas mais uma mera lembrança,
Reluzente em minha mente.

Débora Farias

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O Girassol e o Violão. por: Isabela Salck

























Eram sete sorrisos pintados
Alguns versos gritados
Milhões de beijos para roubar
Mil histórias para contar

Do menino e o vilão
À menina destemida
Do menino da gaita
À menina que tinha medo da vida

Lágrimas escorriam de um belo rosto
Mas o poeta não cessava seus versos de alvoroço
O amor pairava em um canto qualquer
E mesmo de longe atingia o homem e a mulher

Oh, mas que grandes almas
Vestem em mim o manto da calma
Enquanto Belchior é relembrado em lindos tons sentidos
Recordações de momentos que jamais serão esquecidos

Os ventos parecem soprar a nosso favor
E a amizade é o novo tema para uma bela canção
Inspiram rimas soltas de poetas de louvor
Exclamam em versos quentes: SOMOS OS ARTISTAS DESSA GERAÇÃO!

Isabela Salck



terça-feira, 17 de junho de 2014

Vontade que se perde


A vontade de crescer, perde-se quando cresce-se; A vontade de brincar, perde-se quando brinca-se, A vontade da solidão, perde-se quando torna-se solitário; A vontade de comer, perde-se quando alimenta-se; A vontade de transar, perde-se ao gozar, A vontade da independência, perde-se ao fim da dependência, A vontade de dançar, perde-se quando dança-se; A vontade de beber, perde-se ao embebedar-se; A vontade de amar, perde-se quando ama-se; A vontade de ter, perde-se quando tem-se.
Minha vontade é mutante, é alterada sem por que. Assusta-me o cotidiano, a mesmice, a rotina. Sou mimada, sou egoísta, quero meus desejos atendidos, e quando atendidos, a vontade se perde.

Nathália Neves

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pátria de Chuteira


Brasileiro ou brasílico
Pobre ou rico
Brasileiro é brasa vermelha
O verde e o amarelo dos Bragança e Habsburgo

Classes unidas na política do pão e circo
Essa história positiva é uma piada
Classes unidas num grito de gol
Essa alegria coletiva é uma piada

A pátria de chuteira e dos pés descalços
Do gás lacrimogêneo e da bala de borracha
A pátria da caipirinha e do coquetel Molotov
Dos ônibus lotados e carros blindados

Do carnaval patrocinado e do bloco negro na rua
A festa não pode parar
A pirâmide social não pode mudar
Da Guarda Real de Polícia à Polícia Militar

OTÁVIO SCHOEPS