Contrariando
o senso comum, Zé Camarão arranjou uma namorada; seu nome era Ana Júlia, muito
conhecida no bairro e mais conhecida por sua fama de vadia. Zé Camarão conhecia
há um tempo e era um dos poucos que ainda não tinham ficado e isso o incomodava
muito.
E
foi numa noite de lua cheia que ela aparece na fissura para “fazer a cabeça” e
sabendo que Zé Camarão sempre porta o que ela procura. Zé Camarão estava
sentado na frente do portão da casa do seu amigo Pequeno, tocando violão e mal
dizendo o mundo e Ana Júlia aparece toda doce e fazendo voz melosa e diz:
--Zé me arranja um fininho?
--Demorô gata, vamu na beira do córrego
que é limpeza.
ZÉ se despede de Pequeno, que já estava indo
dormir e foi com a bela Ana Júlia “fazer a cabeça”.
Chegando
a beira do córrego, o mau cheiro estava insuportável, mas a presença de Ana
anulava o cheiro na cabeça do Zé que nem sentia mais o mau cheiro; já muito
doidos os dois se atracam feito animais no cio e Zé pensa, “Pele mais macia que
revista”.
E
no dia seguinte não sentem nem ressaca moral e assumem o relacionamento e como
tudo na vida de Zé Camarão é peculiar, nada de parabéns pela relação, os
comentários são os mais preconceituosos como:
--Que
merda Zé, fica com aquela vadia tudo bem, mas namorar é foda.
--Putz,
Zé você é um trouxa mesmo.
E
por aí vai...
Ao
som de muito Rock and Roll, entorpecidos de álcool e outras coisas vivia feliz
o casal “nóia” da quebrada.
O dia estava chuvoso e Zé Camarão pega o
guarda-chuva e vai até casa de sua mina, levando uma garrafa de vinho e um
baseado, nada mais romântico para Zé Camarão, chegando lá escuta a noticia que
ela morreu no banheiro. Zé pergunta como ela morreu e mãe dela apenas chora e
não responde.
Zé
fica sabendo como ela morreu do pior jeito, pela boca das pessoas que nada
sentiam por ela a não ser desprezo, que lhe contaram:
Mano
sua mina era doida subiu em cima da privada para se masturbar com o rodo e a
privada não agüentou o peso dela e quebrou enquanto o rodo ainda estava dentro
dela, mano que doideira.
Depois
desse dia Zé nunca mais conseguiu secar o banheiro depois do banho.
OTÁVIO
SCHOEPS
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