Já é meia noite no sudeste brasileiro, região dos grandes centros urbanos e da movimentação frenética de pessoas.
O Jovem Gleizzon havia chegado há pouco, foi um penoso dia de trabalho, como todo jovem da classe trabalhadora o jovem palhaço encarava diariamente uma estafante jornada de trabalho.
Era meia noite, ele resolve apanhar uma cerveja na geladeira, uma daquelas novas que vinham em garrafas retornáveis de 300ml.
O nosso camarada, então, se senta na calçada, a rua estava deserta, a noite quente e ele julgara ser mais agradável tomar sua cerveja ao ar livre.
Gleizzon saca um cigarro do bolso, tratava-se de um simpático Marlboro Vermelho - daqueles que sujam para valer os pulmões.
Entre um gole e uma tragada, ele pensava. Pensava várias coisas. Lembrava-se do homem absurdo de Camus, e de como sua vida parecia não fazer sentido. Afinal, trabalhava para viver ou vivia para trabalhar? Era uma incógnita.
Assombrado por duvidas e devaneios, o pensamento de Gleizzon avançava madrugada a dentro. Parecia uma grande reflexão existencial. Que atrocidades a pós modernidade e o neoliberalismo nos impunham.
Ele termina a cerveja e o cigarro, mas deixa o raciocínio inacabado, o pensamento inquieto. Seus olhos percorrem seu jeans surrado em tom azul claro e chegam ao seu par de all star preto. Em seguida eleva seu olhar e mira a lua cheia. Será que buscava o eterno? Nem ele sabia.
Pobre Gleizzon; fora colocado "entre a miséria e o sol".
Marco Aurélio
Texto dedicado a uma garota muito especial que estava com saudades das aventuras do depravado do Gleizzon. "Você é você sabe que é você".
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