domingo, 7 de agosto de 2011

A morte de Zé Camarão

Em um terreno baldio esquecido pela especulação imobiliária, jovens se reunião para cantar e fazer a cabeça “como eles mesmos diziam ao se drogar”. E um desses jovens era Zé Camarão, que uns diziam que o apelido era por ele ficar vermelho por causa do sol e outros pela merda que ele tinha na cabeça.
Ao som de Raul Seixas cantavam a liberdade, a liberdade de fazer sua própria lei. Vinhos, promessas de amor e de amizade, ódio ao estado e a corrupção e também toda a hipocrisia que lhes empurravam e não aceitavam.
Era noite de céu estrelado, um convite á confraternização, convite feito, convite aceito e lá foi Zé Camarão se encontrar com seus amigos e quem sabe conseguir ficar com alguma mina. Entre risos ao som do violão e de um bongô o baseado era cuidadosamente embolado e de todos compartilhavam e quando chegou a vez de Zé Camarão. Escutam passos e galhos de árvore quebrando, eram homens de cinza camuflados pela escuridão e quando isso acontece todos sabem o que se deve fazer quem está com o baseado deve engolir para não dar flagrante e justamente nesse trágico dia o baseado estava nas mãos de Zé Camarão que apagou a ponta com o próprio cuspe e enfiou na boca, porém ao engolir se engasgou, seus amigos tentaram o acudir, mas de nada adiantou Zé Camarão morreu engasgado com o baseado.
Foi o primeiro caso que alguém morreu com o uso de maconha e até hoje seus amigos oferecem o primeiro trago para o Zé Camarão, que no imaginário se tornou o protetor dos maconheiros.

OTÁVIO SCHOEPS

2 comentários:

  1. Excelente Conto, muito bom mesmo. Mal posso esperar para ver aquele da masturbação com o Rodo.


    Marco Aurélio

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  2. Coitado.
    Tão trágico!

    Eu mesmo (acisseJ)

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