Que a Urbes era uma verdadeira máquina caça níquel, o professor Pedro já estava cansado de saber. Porém, não imaginava que o covil de víboras seria capaz de tramar tantas mesquinharias em um mesmo ano.
Não contentes em subir o valor da passagem - jogando a culpa nos motoristas -, a empresa ataca no trânsito, aumentando o nº de multadores amarelinhos. Por fim, para a surpresa de todos, faz a espetacular troca dos bilhetes convencionais pelo Cartão Cidadão.
Sim, o Cartão - ironicamente batizado de Cidadão. Agora, com este maravilhoso instrumento, a empresa lucrará ainda mais. É incrível, mataram vários coelhos numa cajadada só. Livraram-se da incomoda concorrência das pessoas que vendiam passes fora dos postos da empresa - pela cidade - e de quebra ainda fizeram uma média perante a população, alegando que o Cartão é ecologicamente correto. Que beleza ein.
O professor Pedro estava embasbacado com tanta criatividade. Dava até a impressão que nosso nobres e filhos da puta honrados administradores passavam o dia pensando em maracutaias que ajudassem a encher ainda mais seus bolsos.
O bom e velho professor Pedro conhecia muito bem aquela laia. A Urbes - uma empresa pública - que existe para foder bem servir a população, na realidade tem somente gerado exploração, sofrimento e aborrecimentos entre o povão.
O dinheiro, o jogo de influências e a ladroeira desavergonhada corre solta pelos terminais da cidade. Pobre do professor Pedro, que chega a se contorcer e sentir náuseas a cada vez que precisa passar alguns malditos minutos na fila do guichê. Local onde é praticamente assaltado. Aliás, o assalto é dos mais modernos, ganha-se até mesmo nota fiscal.
Essa do Cartão Cidadão é o mais novo absurdo. Filas intermináveis formam-se nos guichês, pelo simples motivo de se poder comprar apenas dois desses benditos cartões. É incrível como o que é ruim consegue ficar pior, também pudera, com a bem treinada gestão da Urbes, não poderia ser diferente.
Enfim, já era noite, os ossos do Professor Pedro estavam cansados. Ele apenas comprou seu Cartão Cidadão e foi para casa, onde poderia descansar por algumas horas, até chegar o momento de se levantar de novo, para mais um dia, da mais pura e consciente servidão.
Marco Aurélio
Tem um post no meu blog sobre os novos cartões:
ResponderExcluirHoje peguei o busão e estava sem passe, viajei na frente, desci no terminal e fui comprar meu passe. Bom, desde o aumento abusivo que eu não compro dos guichês da URBES, e sim dos tiozinhos e tiazinhas que ficam por ali vendendo, na maioria aposentados que estão tentando dar uma engordadinha na renda de fome. Chamei um dos tiozinhos que estavam ali por perto, ao que ele me respondeu que não podiam mais vender ali. Fiquei puta e perguntei para o fiscal que estava por ali.
- Ah moça, tiraram a máquina de passe, agora só passa cartão aqui.
Eu: - Mas porque tiraram se eles vendiam?
- Ele: Porque não estão mais fabricando bilhetes.
Encerrei o assunto e fui comprar meu passe no maldito guichê, a moça me vende uma espécie de cartão que eu tinha que inserir na máquina. WTFF??
Eles não tem como explicar o aumento, logo inventaram de colocar UMA mísera unidade dentro de um cartão duro, cujo custo deve ser bem maior do que o papel dos passes, para poderem usar essa palhaçada como explicação. Raciocinem comigo, QUE MERDA de diferença vai fazer na minha vida usar cartões bonitos, que mais parecem comandas de balada, ou usar passes?
Agora, eu esperava uma melhoria da boa, proporcional ao aumento (tá, eu não esperava porque sei como agem esses filhos da puta, mas seria o certo), mudou o material, foda-se o material, isso tem nome, essa filha da putagem tem nome, e é: LAVAGEM DESCARADA DE DINHEIRO, e privação de possibilidade de aumento de renda aos idosos que tão roubados já foram por essa mesma corja de calhordas indecentes que fedem a ladroagem!!
Excelente comentário. Realmente, me envergonho de viver e meio a tanta roubalheira e mesquinharia. Precisamos continuar na luta e mostrar que ainda estamos vivos. Abraço.
ResponderExcluirMarco Aurélio
urbes é sacanagem!
ResponderExcluir