Não quero a paz, quero o caos, a explosão trêmula num dia de sol, o som de ossos partindo e o sangue ardendo no olhar. Não quero a felicidade, mas a dor cruciante que fere almas e devasta irremediavelmente as cidades, os lugares mais inusitados. A bomba caindo, dramática e bela, descendo do avião com a mesma euforia de turista americano na cidade maravilhosa. Quero a desordem muda chegando de surpresa, quero esse silêncio perturbador, mais doloroso que os berros que se aproximam. E na mais profunda dor chegar ao abismo das almas perdidas, ao inferno fantasioso, na perdição de meus pecados.
Simpatia me
enoja, céu azul de verão me deixa entediado, gosto da tempestade inquieta no
fim da tarde, do trovão devastando qualquer outra onda sonora, e no furacão que
vejo chegar por meio de noticiários, e rio, rio todo frenético, eles podem me
chamar de maquiavélico, mas continuo com os olhos excitados, as veias molhadas
e mais uma vez fervendo, sedento pela destruição em massa.
Iluminai-me
escuridão, apenas com sua densidade, com a ausência de luz. Sou o demônio da
estrada, roubando corpos para saciar o desejo de ouvir urros, gemidos e pedidos
de piedade. O mundo está perdido, não por causa de pessoas como eu, só afogo
meus desejos em realidade e desprezo a vida alheia, mas pelos quietos e
obedientes, com insanidade comportada, pelo excesso de teoria e a falta de
prática.
Sigo meu
próprio padrão, talvez tão idiota quanto qualquer um, mas sou, infelizmente...
Feliz.
Gabriela Godinho
Cada vez melhor Gabriela
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