Conhecido como Zé Camarão, menino nóia de qualquer periferia, sempre quando questionado o que é a vida?—repetia—é uma bosta; e assim viveu de alucinações e sonhos febris de uma infância mal acabada e de uma vida mal vivida. Sendo assim pela sua vida desregrada passou a noite ao relento tomando chuva e vento.
Amanheceu todo ensopado e catarrento; na sua cabeça não só os piolhos o incomodavam e sim uma secreção involuntária que lhe tirava a paciência e lhe assava o nariz, atrapalhando assim seu prazer de acender o cachimbo com sua pedra dos sonhos.
Ao refletir sobre a bosta de sua vida, chegou à seguinte conclusão:
Se minha vida é uma bosta essa catarreira é a cereja desse bolo de bosta que é minha vida.
OTÁVIO SCHOEPS
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