domingo, 30 de outubro de 2011

Um córrego


A nascente agoniza
A correnteza leva sujeira
A vida não tem valor
O progresso e o seu vigor

Seus cílios, hoje despidos
Do abandono à erosão
Seus peixes, hoje reprimidos
Do descaso à poluição

As águas limpas se distanciam
Ao ver um córrego sentimos nojo
Hoje essa veia de água é um sinônimo de esgoto
De onde vem esse descaso?

Vem de uma cultura acostumada à fartura
De uma sociedade fechada em muros
De uma comunidade que não se identifica com seu meio
Da magia da água na torneira

OTÁVIO SCHOEPS

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