sábado, 12 de novembro de 2011

O Palhaço Gleison



Era uma tarde de sábado, o sol estava brilhando com toda sua boniteza. Gleison, um jovem palhaço na casa dos vinte anos de idade, fazia sua apresentação em uma festa infantil.
A sua performance foi incrível, recebeu sinceros aplausos de algumas lindas crianças. Então acabada a festa ele fora para a casa.
Logo que chegou a sua casa, um modesto apartamento na região central, ele foi ao lavatório, lavar a maquiagem – que se misturava com o suor de seu rosto.
A cada mãozada d’água que lançava contra seu rosto, parava uns instantes para fitar-se no espelho. Gleison pensava no quanto era difícil ser palhaço, no mundo em que vivia. Afinal estava e meio a sociedade do espetáculo, onde todas as coisas eram, por si só, uma palhaçada.
Gleison terminara de enxaguar seu rosto e agora caminhava até a pequena cozinha, a fim de apanhar uma cerveja gelada no congelador.
Ele pega a cerveja, justamente o que precisava para relaxar. Era uma noite de sábado e ele estava em sua casa, sentado no sofá da sala e olhando para a TV desligada.
A TV desligada, para ele, era mais interessante que a TV ligada, pois deste modo era possível imaginar algo construtivo projetado na tela.
Ele tateia a mesinha ao lado do sofá e apanha um volume de Orwel - que deixara pela metade – e começa a ler.
Após acabar sua leitura, ele fecha o livro sobre seu peito, olha para o teto e pensa:  - Como é difícil ser um palhaço neste mundo. Como é difícil ser palhaço e ter consciência da palhaçada que me cerca.


Marco Aurélio

Um comentário:

  1. "Afinal estava e meio a sociedade do espetáculo, onde todas as coisas eram, por si só, uma palhaçada." - muito bom, Che! Sua reflexão teve algo relacionado a algum fator externo sobre palhaços ou brotou da sua fértil mente?

    Obrigado pelo texto!

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