sábado, 10 de setembro de 2011

A idiotização em massa / Sociedade do Espetáculo

"Olá galera, nesta linda manhã de sábado irei postar um manifesto que escrevi quando estava puto da vida com as coisas. O texto tem bastante energia, vinda da mais profunda raiva e angústia de um ser, e chega até a ser depressivo em certas partes. Enfim, embora esse meu momento já tenha passado, o texto ficou, e quero compartilhar ele com vocês, amigos e leitores do Lâminas Verbais."

Capa do Livro A Sociedade do Espetáculo - Guy Debord


No atual momento, neste exato agora, reina a idiotização coletiva. A TV só nos mostra coisas imbecis, coisas sem lógica, e sobretudo, que não nos oferecem o menor acréscimo intelectual.
Vivemos a beira da completa imbecilização social. Não estamos muito longe do apocalíptico mundo de George Romero, ou então das Distopias de Orwel e Bradbury.
A calamidade toma conta, e invade nossas casas todos os dias, todas as noites. Acordamos com um cínico Bom dia Brasil, e adormecemos com o perverso "Boa Noite" do casal de narcisistas.
Caminhamos pelas ruas com dispositivos nos bolsos, espécies de localizadores, e o pior, por livre e espontânea vontade. Não lemos nada e nem escrevemos nada. Pagamos para ser dopados, e somos dopados para suportar trabalhar e ganhar o suficiente para pagar pelo doping.
Me sinto meio-morto, meio-vivo, me sinto morto-vivo. Nunca pensei que as coisas seriam assim. E o pior de tudo é que acabo me tornando um chato, pelo simples fato de que e meio toda esta tragédia, sou um dos poucos que não está contente.
É a Sociedade do Espetáculo  de Debord, onde todos telespectamos, vegetamos, e contemplamos o, absolutamente, nada.
Juventude revolucionária usada para por em desuso o que foi produzido e tem de ser substituído. Tudo o que é feito é desfeito e tudo que se tem não basta. Compre um objeto e mova o país, compre mais outro e seja feliz ( por um tempo ).
Não me encaixo neste mundo, não compreendo por que permitiu-se que as coisas ficassem assim. Me jogaram de calças-curtas no gelo, me mandaram conter um incêndio com saliva e boa vontade. Mas aqui estou eu, vinte e um anos e vivo. Mais vivo que morto, espero eu, nesta cratera de sonambulismo e pesadelos.


Marco Aurélio






4 comentários:

  1. O livro "Sociedade do Espetáculo" apresenta importantes reflexões sobre a alienação na cultura e no consumo. Este é um livro do escritor francês Guy Debord que além de ter forte influência teórica de base marxista também faz referências a Freud e Bakunin em suas obras. O livro Sociedade do Espetáculo pode ser baixado na íntegra através do link abaixo:

    http://www.4shared.com/get/NMhMAcdL/Guy_Debord_-_A_sociedade_do_es.html

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  2. Eu o entendo meu caro amigo, também compartilho dessa visão. Cansei de me julgarem um "chato" por reclamar do que esta errado, como se o questionar fosse proibido ou então um privilégio de poucos. Talvez seja utópico o sonho de revolução social, talvez seja até mesmo utópico o sonho de uma sociedade participativa onde a democracia, mesmo com todos os seus defeitos, seja realmente posta em pratica.
    afinal, enquanto a população não se envolver diretamente no contexto sócio-politico, não haverá democracia e sim uma mera representatividade dos interesses específicos de uma classe social (ao invés de todo o conjunto social), e na melhor das hipóteses nesse sentido é de as coisas continuaram do jeito que estão, infelizmente.

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  3. Mto bom Marco! Adorei o último parágrafo e concordo piamente sobre a posição com relação à Globo. Essa praga a gente vê por aqui.

    Mas eu uso "localizadores de bolso" sim cara...

    I liked!

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  4. Acredite, também me sinto um chato em meio à massa.
    Boas palavras. Me oponho apenas à parte onde cita tecnologias aliadas a comunicação pessoal: penso que tais artefatos, se usados de maneira correta, só trazem benefícios!

    Até logo!
    Tiago J.

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