quarta-feira, 10 de abril de 2013

SOL


O Sol derreteu em minhas mãos e nossos dias foram contados.
Noite passada eu não dormi. Não sei se deveria lhe dizer, mas a sua falta me consumiu a noite toda. Me mantive na esperança de que viesse e você não apareceu. Perdoe-me por cobrar ou querer demais, mas eu precisava da sua leveza invadindo o meu interior. Eu juro que preciso acompanhar as sombras que o encaixe dos nossos corpos projeta no céu. Mas nesta noite só me restou afundar nos diversos codinomes que crio para você. Me restou afogar em lembranças, no sarro dos dentes, no calor da pele e no cheiro de mar que envolvia as manhãs. A maior dor foi a da tua partida. Meu bem, eu tropeço nos próprios pés e piso em cacos o tempo todo. Eu estou caindo em abismos o tempo todo também. O Sol que parecia nascer do lado contrário simplesmente derreteu. O inverno que se faz infinito tomou conta dos meus duros olhos e fruto disso é a aceitação da solitária morte que me custa a carne. Eu não tenho tanto tempo e poderia pular de um edifício, deitar em trilhos ou me envenenar. Mas poeta, se parar para vir me ler, voe para casa. Nossas malas já estão prontas e nosso enterro já está para chegar. Nós podemos mergulhar um no outro e então partir.
Amor,
de sua "sereníssima" e eterna amante.

Isabella Gomes

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