O Sol derreteu em minhas mãos e nossos
dias foram contados.
Noite passada eu
não dormi. Não sei se deveria lhe dizer, mas a sua falta me consumiu a noite
toda. Me mantive na esperança de que viesse e você não apareceu. Perdoe-me por
cobrar ou querer demais, mas eu precisava da sua leveza invadindo o meu
interior. Eu juro que preciso acompanhar as sombras que o encaixe dos nossos
corpos projeta no céu. Mas nesta noite só me restou afundar nos diversos
codinomes que crio para você. Me restou afogar em lembranças, no sarro dos
dentes, no calor da pele e no cheiro de mar que envolvia as manhãs. A maior dor
foi a da tua partida. Meu bem, eu tropeço nos próprios pés e piso em cacos o
tempo todo. Eu estou caindo em abismos o tempo todo também. O Sol que parecia
nascer do lado contrário simplesmente derreteu. O inverno que se faz infinito
tomou conta dos meus duros olhos e fruto disso é a aceitação da solitária morte
que me custa a carne. Eu não tenho tanto tempo e poderia pular de um edifício,
deitar em trilhos ou me envenenar. Mas poeta, se parar para vir me ler, voe
para casa. Nossas malas já estão prontas e nosso enterro já está para chegar.
Nós podemos mergulhar um no outro e então partir.
Amor,
de sua "sereníssima" e eterna amante.
de sua "sereníssima" e eterna amante.
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