Florestan Fernandes
"Quando a revolução for feita nas escolas, o povo a fará nas ruas"
O Professor Pedro desperta com a luminosidade que entra pela sua janela, aos poucos vai se espreguiçando e animando o espirito para mais um dia. O café do sábado tem um gosto todo especial, longe daquele amargo funesto que inicia os dias fatigantes de trabalho durante a semana.
Este sábado ainda tem mais uma razão para ser um dia animado, não feliz, o Professor Pedro, assim como um alemão maluco chamado Schopenhauer, não acredita muito nesta tal de felicidade. Porém, o dia pode ser bastante animado, apesar da chuva, afinal, é dia do Professor.
Pois sim, de algum modo resolveu-se homenagear esta célebre profissão em um dia do ano. Por coincidência desta vez este dia caiu em um sábado, o que eliminou uma folga do calendário, e por mais coincidência ainda, choveu.
Mas nosso amigo Pedro não se aborrece com estas coisas, de aborrecimentos bastam os que a vida já lhe oferece. Apesar dos pesares, o dia do Professor não é de todo mal. Pois deixando-se um pouco de lado o cinismo da propaganda do estado, o mesmo que avilta o salário destes profissionais e tem a audácia de dizer que é sobre os ombros destes homens e mulheres que repousa a carga da responsabilidade pelo futuro deste país, podemos usar esta data para refletir sobre nossa situação.
Claro, que refletir é tudo que o estado não quer, o Professor Pedro sabe disso. Mesmo assim ele dedica toda a sua manhã a pensar e repensar a sua prática, e sobretudo as condições em que se encontra. Nosso jovem e aguerrido educador não pretende capitular tão já. Ele tem um inimigo e vai combatê-lo até o ultimo suspiro. Não pretende de forma alguma se entregar ao comodismo ou a desilusão.
É assim que o Professor Pedro acha que deve se encarar esta data, dignificando a si mesmo através do pensar. Não só pensar, mas repensar. O dia chuvoso é perfeito para isso. É mais ou menos assim que se encontra a situação da educação no Brasil. Uma nuvem negra de precariedades e alienação em massa paira sobre todos nós.
Depois de refletir e adiantar algumas leituras, Pedro decide que então é hora de aproveitar seu tempo liberado. Um café bem caprichado, um pãozinho com geleia de morango, um bom filme, um cigarro de palha, e por que não alguns trechos de Schopenhauer para alegrar.
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Um forte abraço a todos os leitores do Lâminas Verbais, e parabéns a todos os profissionais da educação, que assim como o Professor Pedro ainda não capitularam mediante as intempéries do dia a dia, aos desarranjos e sabotagens do sistema. Também um forte abraço aqueles que atuam nos bastidores, mas que garantem que a educação aconteça, contribuindo de igual maneira com a vida escolar, estou me referindo ao pessoal da limpeza, cozinha, biblioteca, manutenção e serviços em geral. Todos estes também vítimas do canalhice do estado neoliberal. Até a próxima postagem.
FELIZ DIA DO PROFESSOR!!!
Marco Aurélio
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