domingo, 31 de julho de 2011

O fruto da idiotice



O carro é rebaixado
A cara é de bobo
O sorriso é frouxo
A música é alta

O barulho domina
Para os padrões atuais de hoje,
Ele é um vitorioso
Ele gosta, as minas gostam,
Mas no carro só tem macho

O pavão motorizado
Sobre seu carro
Tem o ditado
“O idiota cuida mais”

Quando rebaixa ele esquece
De buracos e lombadas
Quando instala o som ele esquece
Quem nem todos gostam de suas músicas


OTÁVIO SCHOEPS

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Liberdade Ilusória



Liberdade Ilusória (propaganda)



Olhando ao nosso redor, vemos estampadas em todas as paredes marcas camufladas de um colorido intenso que se contrapõem ao mórbido cinza das cidades, alegram as metrópoles vendendo uma falsa idéia de um mundo harmônico e livre antagônico ao mundo distópico e déspota no qual nos contextualizamos. A propaganda que se faz presente em todos os aspectos ocidentais vende mais que uma marca, vende uma idéia, idéia de massificação contraditória a busca por singularidade vital para uma sociedade livre, você é o que veste, o que come, no que anda. Assim sendo me surge uma pergunta, o que você é?



Acreditamos (ou somos forçados a acreditar) que vivemos numa sociedade livre, porém o que realmente é essa nossa liberdade? Escolher entre coca-cola ou Pepsi? Vestir Nike ou Adidas? Escolher entre direita ou esquerda? Todas essas opções são pré-concebidas, e não fruto de uma autonomia individual ou de um ideal de cada um de nós. Embora algumas marcas se apropriam de imagens que remetam a uma ideologia a grande preocupação dessas marcas é o de lucrar cada vez mais.A liberdade nessa sociedade esta ligada a economia, nossa liberdade é unicamente a de consumo dentro de escolhas pré-concebidas (não por nós, nunca por nós). Nesse sistema pré-moldado nem mesmo o processo eleitoral está de fora.


A busca por um sentido num mundo tão desnorteado e caótico nos remete a um sentimento primitivo e poderoso, o de pertencimento a um grupo, é aí que a propaganda mostra toda sua articulação ao oferecer tal sentimento porém com único intuito de vender sempre mais, criando assim não uma identidade individual, mas sim um nicho econômico distinto de outro.


Essas marcas oferecem produtos diferentes , mas dentro de uma lógica única, a do capital, exemplo, uma mesma marca de roupa tem sua linha esporte e social, o público alvo não é o mesmo mas quem ganha com essa diversidade é a marca que vende tanto para X como para o Y. Essa é apenas uma das várias contradições presentes neste sistema de desigualdade e hipocrisia que é o capitalismo, a propaganda, braço direito da alienação, estende seus tentáculos cada vez mais em nosso modo de vida fundamentado em um cego consumismo compulsivo, cada vez que pensamos(ou somos forçados a pensar) ser livres a propaganda faz seu papel,de certa forma temos, como fora dito antes, liberdade(de consumo), porém nos falta a consciência para distinguir o que realmente escolhemos e o que fora selecionado para escolhermos.


Dica de documentário: “ O Império das Marcas”


Renan Bonassa

terça-feira, 26 de julho de 2011

Informe aos membros da equipe e leitores do Lâminas.

Galera, exclui a nossa agenda. Afinal, é visível que estamos tendo uns probleminhas em cumprir os dias estipulados. hehe.

Assim que voltarem as aulas da faculdade a gente conversa e vê se mantém a agenda ou se deixa assim mesmo, e cada um posta quando puder. De qualquer maneira, espero que o pessoal continue acompanhando nosso Blog, que por hora funcionará assim, sem compromissos com datas ou horários.


Abraço aos companheiros de Equipe e aos nossos queridos leitores.




Marco Aurélio

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Segunda-Feira / Ônibus










Trin trin trin, toca o relógio despertador, o sujeito acorda. Meio tonto, cabeça pesada, ainda entorpecido pelo álcool ingerido na noite que passou. Já se fora o fim de semana, e uma nova está para começar.
Fazer o que, é este o destino da grande maioria, acordar cedo quase todo dia e labutar até o final da tarde -em troca de seu ganha pão.
Ele se levanta, vai até o banheiro, lava o rosto as pressas, volta ao seu quarto, veste umas roupas de qualquer jeito e se prepara para engolir o café amargo da manhã. Já na mesa, troca algumas palavras rápidas com sua mãe - que incrivelmente já está de pé há um bom tempo. Uma rápida higiene bucal, e um beijo em sua velha mãe o lançam nas ruas. Agora, o dia começa para valer.
O ônibus da manhã normalmente chega rápido, mas sempre está lotado, e as mesmas caras de sempre - embaçadas, inexpressivas, pálidas... É neste ônibus que este sujeito viaja todas as manhãs, sem saber o nome de ninguém, nem ao menos o do motorista. Desconhece qualquer detalhe sobre a vida daqueles que estão confinados no mesmo lugar, todos os dias, todas as segundas feiras, a mesma coisa.
E na volta, não é nada diferente. As pessoas cansadas, exauridas, sem forças nem ao menos para expressar seu sofrimento. Ele se senta, e aguarda a partida do ônibus. A cada passageiro que sobe e caminha pelo corredor, uma expectativa. Pode ser uma garota bonita, que se sentará ao seu lado e alegrá a grande droga que foi o seu dia. Ou pode ser um cara xarope e espaçoso, que vai roçar seus membros pesados no pobre diabo a viajem inteira, ou então alguém que irá perturbá-lo com a música insuportável de seu celular sem fone.
Muitas das vezes a expectativa não se concretiza de nenhuma maneira, e o banco ao seu lado fica vazio. Por um lado é bom, pois haverá espaço para que o individuo fique a vontade, por outro é ruim, afinal, o pobre infeliz é tão desgraçado que nenhuma alma viva almejou sentar-se ao seu lado.









Assim são as segundas-feiras da maioria desse nosso povão, não só as segundas, como as sextas, os sábados e os domingos. Afinal, neste sistema nosso que é tão desigual, a diversão é privilégio de poucos. Pois além de não termos privilégio algum, ainda nos furtaram a criatividade, convencendo-nos de que a melhor forma de diversão é a dos que nos oprimem. Isso sim é uma grande sabotagem, e um crime sem perdão.





Marco Aurélio

domingo, 24 de julho de 2011

Já posso ir


Já posso ir
Meu tempo passou por aí
Seja qual foi minha missão
Eu não cumpri

E se toda missão é ser um pouco Cristo
E o segredo da vida é o que se faz
Com sua vida sem sentido
É um risco
Que te faz pular de peito aberto no abismo
E no fundo uma angústia
No raso um fracasso

Já posso ir
Meu tempo passou por aí
Seja qual foi minha missão
Eu não cumpri

E se toda missão é ser um pouco Cristo
E o segredo da vida é o que se faz
Com sua imagem sem sentido
É uma isca
Que te faz seguir em frente, crente que atrás vem gente
E no sono profundo
No sonho ingênuo

Já posso ir
Meu tempo passou por aí
Seja qual foi minha missão
Eu não cumpri

E se toda missão é ser um pouco Cristo
E o segredo da vida é o que se faz
Com sua alegria sem sentido
É um perigo
Que te faz querer repetir o dia
E caminha sempre rente a linha

E na derrota, garimpa a vitória
No fim a beleza dessa história

OTÁVIO SCHOEPS

quinta-feira, 21 de julho de 2011

REDUNDÂNCIAS E GENERALIDADES

Toda e qualquer reflexão que se faça sobre a sociedade, estará criticando o ganha pão de alguém, seja uma minoria que recebe um cesto de pães ou a maioria que recebe suas migalhas.
Mas a reflexão deve existir para que cestos de pães e migalhas se transformem em apenas pães.
Quando penso em redundâncias parto de um pensamento que vem de uma generalidade. Por exemplo:  pensar na saúde, segurança, educação, emprego, cidades, infra-estrutura, miséria, cultura, justiça e tudo o mais. Chego a uma conclusão simples, que a origem desses problemas crônicos, se resumem em apenas dois conceitos, o Sistema Capitalista e o Estado Burguês que tem suas bases, pensando no lado pessoal da coisa, o orgulho e o egoísmo, que encontram nesse sistema um terreno fértil que justifica todas as disputas por poder.
 A cultura e a busca pelo poder de consumo, o poder vindo de uma ilusória hierarquia, o poder oriundo de impérios comerciais, industriais e nacionais. Todas essas disputas sustentadas e justificadas por um instinto animal de sobrevivência que se tornou cultural graças á propaganda e a falta de uma consciência crítica do que é a construção de uma sociedade que busca o bem comum.

OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 17 de julho de 2011

Não pude evitar

Não pude evitar de pensar
Em te matar
Gostaria de lavar a honra
Com sangue
Mas o sangue se lava
Com lágrimas

Não pude evitar de pensar
Qual seria a diferença
Entre você e eu

Vá e olhai com os olhos alheios
Pensai com a cabeça alheia
Sentir o bater
O bater do coração alheio
Não concorde, mas compreenda
Essa é a lei

Não pude evitar de pensar
Que muros altos poderiam ser paredes
Que o crime e o terrorismo
São um ponto de equilíbrio

OTÁVIO SCHOEPS

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Influência da Mídia na Criação da História

Dez guerras, dez mentiras


1) Vietnã (1964-1975)

Mentira midiática: Nos dias 2 e 3 de agosto o Vietnã do Norte teria atacado dois barcos dos Estados Unidos na baía de Tonkin.
O que se saberá mais tarde: Esse ataque não aconteceu. Foi uma invenção da Casa Branca.
Verdadeiro objetivo: Impedir a independência de Vietnã e manter o domínio dos Estados Unidos na região
Conseqüências: Milhões de vítimas, malformações genéticas (agente laranja), enormes problemas sociais.



2) Granada (1983)

Mentira midiática:: A pequena ilha do Caribe foi acusada de que nela se construía uma base militar soviética e de trazer perigo à vida de médicos americanos.
O que se saberá mais tarde: Absolutamente falso. O Presidente Reagan inventou esses pretextos.
Verdadeiro objetivo: Impedir as reformas sociais e democráticas do premiê Bishop (depois assassinado)
Conseqüências: Brutal repressão e restabelecimento da tutela de Washington.



3) Panamá (1989)

Mentira midiática: A invasão tinha o objetivo de prender o presidente Noriega por tráfico de drogas.
O que se saberá mais tarde: Formado pela CIA o presidente Noriega reclamava a soberania ao fim do acordo do canal, o que era intolerável para os Estados Unidos.
Verdadeiro objetivo: Manter o controle dos Estados Unidos sobre essa estratégica via de comunicação.
Conseqüências: Os bombardeios dos Estados Unidos mataram entre 2 e 4 mil civis, ignorados pelos meios.



4) Iraque (1991)

Mentira midiática: Os iraquianos teriam destruído parte da maternidade da cidade de Kuwait.
O que se saberá mais tarde: Invenção total da agência publicitária Hill e Knowlton, paga pelo emir de Kuwait.
Verdadeiro objetivo: Impedir que o Oriente Médio resista a Israel e se comporte com independência em relação aos Estados Unidos.
Conseqüências: Inumeráveis vítimas da guerra, depois um longo embargo, inclusive de medicamentos.



5) Somália (1993)

Mentira midiática: O senhor Kouchner aparece na cena como herói de uma intervenção humanitária.
O que se saberá mais tarde: Quatro sociedades americanas tinham comprado uma quarta parte do subsolo somali, rico em petróleo.
Verdadeiro objetivo: Controlar uma região militarmente estratégica.
Conseqüências: Não conseguindo controlar a região os Estados Unidos a manterão num prolongado caos.



6) Bósnia (1992-1995)

Mentira midiática: A empresa americana Ruder Finn e Bernard Kouchner divulga a existência de campos de extermínio sérvios.
O que se saberá mais tarde: Ruder Finn e Kouchner mentiram. Eram apenas campos de prisioneiros. O presidente muçulmano Izetbegovic o admitiu.
Verdadeiro objetivo: Quebrar uma Iugoslávia demasiado esquerdista, eliminar seu sistema social, submeter a zona às multinacionais, controlar o Danúbio e as estratégicas rotas dos Bálcãs.
Conseqüências: Quatro atrozes anos de guerra para todas as nacionalidades (muçulmanos, sérvios, croatas). Provocada por Berlin, prolongada por Washington.



7) Iugoslávia (1999)

Mentira midiática: Os sérvios cometem um genocídio contra os albaneses do Kosovo.
O que se saberá mais tarde: Pura e simples invenção da OTAN como o reconheceu Jaime Shea, seu porta-voz oficial.
Verdadeiro objetivo: Impor o domínio da OTAN nos Bálcãs e sua transformação em polícia do mundo. Instalar uma base militar americana no Kosovo.
Conseqüências: Duas mil vítimas dos bombardeios da OTAN. Limpeza étnica de Kosovo pelo UCK, protegido pela OTAN.



8) Afeganistão (2001)

Mentira midiática: Bush pretende vingar o 11 de setembro e capturar Bin Laden
O que se saberá mais tarde: Não existe nenhuma prova da existência dessa rede. Além disso, os talibãs tinham proposto extraditar Bin Laden.
Verdadeiro objetivo: Controlar militarmente o centro estratégico da Ásia, construir um oleoduto que permitisse controlar o abastecimento energético do sul da Ásia.
Conseqüências: Ocupação extremamente prolongada e grande aumento da produção e tráfico de ópio.



9) Iraque (2003)

Mentira midiática:: Saddam teria perigosas armas de destruição, afirmou Colin Powell nas Nações Unidas, mostrando provas.
O que se saberá mais tarde: A Casa Branca ordenou falsificar esses relatórios (assunto Libby) ou fabricá-los.
Verdadeiro objetivo: Controlar todo o petróleo e chantagear seus rivais; Europa, Japão, China…
Conseqüências: Iraque submerso na barbárie, as mulheres devolvidas à submissão e ao obscurantismo.



10) Venezuela – Equador (2008?)

Mentira midiática: Chávez apoiaria o terrorismo, importaria armas, seria um ditador (depois do golpe fracassado, a razão definitiva ficou meio vaga).
Verdadeiro objetivo: As multinacionais querem seguir com o controle petroleiro e de outras riquezas de toda América Latina, temem a libertação social e democrática do continente.
Conseqüências: Washington empreende uma guerra global contra o continente: golpes de estado, sabotagens econômicas, chantagens, estabelecimento de bases militares próximas às riquezas naturais.



Fonte - Blog do Mello blogdomello.blogspot.com

Renan Bonassa

Uma forma de ver

A visão negativa da sociedade me levou ao Anarquismo.
Vejo a sociedade como algo podre e doente e todos os males que derivam do egoísmo e do orgulho encontram um belo abrigo no sistema capitalista e nesse estado burguês que juntos geram essa sociedade doente de uma felicidade superficial, onde sentimentos animalescos ganham novos rótulos e encantos.
E quando penso em religiões sobretudo, cristãs que se erguem em meio as cidades e atraem um grande número de fiéis que no fim querem cultuar o bezerro de ouro e também querem o que é de César e todo o profissionalismo religioso que gera esse paradoxo de teoria e prática é de dar nojo.
O estado não é laico e sim multi-religioso, pois a elite com cada um com sua religiaõzinha fatia o poder e disputam entre si e tomam para si a palavra do Mestre Jesus e interpretam para se sentirem bem e justificar suas atitudes.
Vejo a cidade e suas podres e hipócritas instituições que apesar de serem muito eficazes ainda geram alguns resistentes.
Criticando criei consciência e hoje busco minha individualidade sem egoísmo e minha dignidade sem orgulho.

OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 10 de julho de 2011

Espero

Para que esperar
A velhice chegar
O carro atropelar
A bala alcançar
A faca rasgar

Auto-destrutivo
Espero que acenda minha luz
Espero que saia das sombras
Esse querer constante

Me empurre da árvore
Para me ver voar
Sair do ninho
E morrer sozinho

Meu destino
É seguir meu instinto
E no fim da estrada
Espera a morna chuva

Face esquerda
Face direita
Amor e ódio
Caminham lado a lado
Na estrada da incerteza

OTÁVIO SCHOEPS

sábado, 9 de julho de 2011

Recesso - Ócio Criativo.

Salve salve leitores do Blog Lâminas Verbais. Gostaria de saudá-los e agradecê-los por acompanhar fielmente nosso Blog, e também de pedir desculpas por não ter feito novas postagens nas últimas semanas.
O fato é que neste climão de férias a criatividade anda nas escassas. Mas, para não deixar a bagaça aqui parada, vou fazer algumas postagens mais descontraídas, estilo vapt-vupt.
Prometo em agosto voltar a todo vapor.

Agora, me aventurando um pouco na área de meu amigo Schoeps, vou publicar uma poesia que escrevi no primeiro ano de faculdade, em meados de 2009. É uma poesia de amor, e como toda poesia de amor é rídicula - parafraseando Fernando Pessoa -, mas de qualquer maneira, espero que gostem.

Retratos

Olho Rostos pela parede
Retratos
Expressões e faces enternecidas
Fatos

Ouço músicas enquanto viajo
Notas
Penso em coisas já esquecidas
Fotos

Amo tempos nunca vividos
Loucos
Vivo em mundos paralelos
Doentes

Abomino esses dedos apontados
Medo
Sinto falta desses seus abraços
Saudade...

Marco Aurélio

domingo, 3 de julho de 2011

Vulto Letal


A faca do vulto
A facada letal
A incerteza da vida
A sociedade real

O estado bem armado
Contra qualquer oposição
O estado tem a polícia a sua disposição
Tem quem diga que não, mas o estado tem sua religião

O estado sem miséria não tem promessa
O estado teme uma revolução
O estado tem em sua base a corrupção
O estado compra a paz com esmolas

Golpe de estado
Cidade sitiada
A luz da propaganda
Decisões tomadas às escuras

A faca do vulto
A facada letal
A incerteza da vida
A sociedade real

OTÁVIO SCHOEPS