quarta-feira, 23 de março de 2011

O homem e a Terra

O Homem e a Terra

Manuseie com cuidado
As relações humanas dentro da sociedade (como já se sabe) não são das melhores, graças à exploração do homem pelo homem, e vem piorando exponencialmente desde a revolução industrial, onde fora tirado do homem comum o seu modo de vida feudal (não que este seja menos exploratório), e fora-lhe imposta uma nova forma de existência onde só lhe restou à mão-de-obra, essa sendo vendida aos detentores dos meios de produção. Depois veio o êxodo urbano, jornadas de trabalhos surreais, junto a isso os problemas sociais (homicídio, suicídio, violência em geral, alcoolismo etc.) que cresceram tão rápido quanto os centros urbanos. Hoje essa alienação exploratória promovida pelos donos do poder atinge tal nível que muitos nem reconhecem sua existência e trabalham para alguém que não conhece apenas para garantir seu salário, mesmo que sua existência não dependa diretamente de seu trabalho, mas sim do dinheiro que esse lhe dá.
Não é difícil imaginar que um ser que explora seus iguais também explore a natureza que dela depende. Há uma teoria no mínimo interessante proposta por James E. Lovelock que diz que a Terra é um organismo vivo e que o homem é um câncer nesse organismo  e que há três formas de lhe dar com esse câncer: 1) O câncer mata o organismo. 2) O organismo elimina o câncer.3) Os dois coexistem de forma amistosa. A esse organismo vivo deu-se o nome de Gaia, uma referência a deusa grega da natureza.
Esse é um resumo das decadentes relações humanas, sempre prejudiciais não apenas a si mesmo, mas também ao meio em que estão inseridos, sendo este destruído pela ação do homem, que motivado pela ganância e cego pelo lucro, ignora os riscos hoje iminentes que a interferência no delicado ecossistema que vivemos pode gerar. Tal interferência é disfarçada por um senso errôneo de que os recursos são infinitos, crença essa que está enraizada na memória coletiva construída ao longo de séculos de exploração imediatistas visando um potencial lucro momentâneo, nunca olhando para o futuro e as conseqüências posteriores de suas ações. Essa prática momentânea compulsiva é muito comum nos países de terceiro mundo de hoje que buscam o “desenvolvimento” ignorando as implicações que envolvem essas atividades. O aquecimento global, o derretimento das calotas polares  e o efeito estufa são problemas reais e sérios, embora a mídia elitista faça vista grossa para esses problemas criados pelo homem justamente porque o centro desse debate é justamente a ação do homem que é inerente ao sistema (ou monstro) que criou.  Enquanto essa lógica capitalista ambiciosa, podre, injusta e ignorante estiver vigente, os países que buscam o desenvolvimento (que está nos levando à autodestruição) vão continuar a destruir não só os recursos necessários à vida, mas  as chances de prosperidade num planeta cada vez mais carente de atitude benéfica. ”O que destrói a raça humana é a incompreensão de ser humano...” Dorsal Atlântica
Evildead - Annihilation of civilization

Renan Bonassa

3 comentários:

  1. E ainda somos obrigados a ouvir frases pretensiosas como:

    - Precisamos salvar o planeta.

    Como se a existência do planeta dependesse da existência do Homem. Como se o planeta não fosse entrar em colapso, varrer a raça humana de sua superfície e em seguida se regenerar - desta vez sem o câncer chamado homem - como sempre fez.

    Ora, nós é que dependemos do planeta, portanto a frase precisa ser reformulada:


    - Precisamos salvar a raça humana.

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  2. Concordo com o Marco
    Infelizmente o homem só percebe o erro quando já é tarde para se sanar, no caso, conhecemos os perigos, os desafios futuros se nada mudarmos em relação ao como interagir com a questão da terra, o que é tão simples e ao mesmo tempo tão negligenciada pelos governantes......enfim talvez seja mesmo verdade a colocação de que o homem é um cancêr no planeta...
    mas ainda tenho mesmo que remoto um sentimento "ingênuo" talvez, de que ainda podemos mudar - queremos mudar?

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