- O educador precisa ser neutro.
- A mídia é neutra e imparcial.
- Prefiro ficar neutro.
Estas são frases recorrentes em nosso dia a dia. Atualmente virou moda dizer que é neutro, que prefere ficar neutro. Como se tomar partido em algo fosse crime, como se defender seus ideais fosse atentar contra o direito de alguém.
É impressionante como é corriqueiro vermos esse tipo de discurso hoje em dia. Criou-se um clima de conformismo perante atrocidades, onde todos cultivam uma certa indignação enrustida, mas nada fazem para mudar.
É a pura mesquinharia, que nos cega perante a miséria, a opressão e a exploração do povo. Uma falsa ilusão de auto-suficiencia, de ser inabalável que basta para si mesmo. É isso que mantem as pessoas paradas, apáticas, ou melhor, na neutralidade.
Consciencia da situação as pessoas tem, sabem que há pessoas passando fome, sofrendo com a guerra, com a falta de emprego, de terras e por ai vai. Entretanto a grande maioria não enxerga a origem do mal. Não percebem que o programa sensacionalista que mostra o sofrimento do povo, que prega que bandido bom é bandido morto, cala quando é hora de denunciar os verdadeiros ladrões, os verdadeiros assassinos do homem.
Como é que podemos ficar na neutralidade quando a classe dominante nos oprime dia a dia? Como pode o educador ser neutro quando a educação é ambígua, deficiente e massificadora? Como pode-se afirmar que a imprensa é neutra, quando esta depende de concessões do estado, e é utilizada para veicular a ideologia da classe dominante?
Caros amigos, a neutralidade não existe. Neste mundo o que existe é um profundo antagonismo entre os que trabalham para sobreviver e aqueles que detém os meios de produção, a posse da terra e lucram com o trabalho alheio.
Ser neutro nessas circunstâncias é fechar os olhos para a opressão e a escravidão humana. É se acovardar perante a luta, negar sua condição de ser humano, andar na contra-mão do processo histórico, enfim, colaborar com o fim da história.
Não podemos ser neutros, não podemos ser omissos. A luta de classes está ai. A qual lado você pertence?
“[...] Os Proletários não tem nada a perder nela, além de seus grilhões.Têm um mundo a conquistar. Proletários de todo mundo, uni-vos.”. Manifesto do Partido Comunista – Marx, Karl e Engels, Friedrich.
Depois de lerem o texto vejam esse vídeo e reflitam um pouco: http://www.youtube.com/watch?v=2NkOpqbu-Ow
E ai vai ficar em cima do muro?
Marco Aurélio
Já entendi, pequeno gafanhoto! =)
ResponderExcluirSe manter neutro é fácil, guarde suas opiniões pra si, evite confrontos e permaneça inconformado.
ResponderExcluirQuero link pro Tumblr, meninos!
Ari.
As vezes vale MUITO a pena se manter neutro. Ainda mais quando as duas opiniões apresentadas num debate não equivalem aquilo ao que você tem ou simplesmente não há grande importância daquilo sobre a sua vida. O Educador deve se manter neutro em várias questões, já que a função dele é passar o que foi lhe indicado ensinar, mas isso não significa que ele É NEUTRO em relação ao debate estabelecido do autor ao aluno. As vezes ele pode até discordar e a discórdia dele para o livro pode acabar causando uma confusão de idéias no aluno, que as vezes não tem capacidade o suficiente para levantar A SUA opinião, já que ali ele não tem o conceito completo, somente o conceito inicial. A midia deve ser neutra, mas não é. Ela sempre acaba apresentando os fatos de um ponto de vista, o que faz ela tornar partido do que é correto a ser apresentado.
ResponderExcluirDiscordo de você Barbra. Tudo tem importância na nossa vida, e se nenhuma das opções equivalem ao que você pensa, abra uma 3ª via.
ResponderExcluirO Educador não deve ser neutro, mas sim se posicionar com clareza e mostrar aos alunos como chegou a tal posição, para que então eles possam usar dos mesmos mecanismos para tomar partido por eles mesmos. Se o educador for neutro será um mero aparelho ideológico do estado e não um educador.
E a mídia como sabemos não apresenta os fatos como eles são, mas sim de forma distorcida, de forma onde não se pode ver com clareza o que está acontecendo, de forma míope e simplista.
É nisso que eu acredito.
Concordo com você Marco, e dizer que o aluno "...as vezes não tem capacidade o suficiente para levantar A SUA opinião, já que ali ele não tem o conceito completo, somente o conceito inicial." é algo tatalmente antagonico ao nosso ideal enquanto docentes, ele pode não ter base mas pode formar e defender sua opinião.E afinal, essa maldita crença que o professor é a fonte do conhecimento e não um mediador entre o aluno e o conhecimento morreu com o positivismo.
ResponderExcluirAs argumentações do Renan e do Marco são muito boas e evidentemente concordo, principalmente na frase final do Renan, sem tirar nem por nada está perfeita.
ResponderExcluirApenas complemente com algo que sempre lembro meus alunos e que é baseado no pedagogo anarquista Silvio Gallo, a escola é um evento único onde a divergência é uma riqueza, é quando toma-se consciência do outro. Porém a experiência só é completa quando expõe-se a opinião, quando se propõe apresentar seu EU e conhecer o EU alheio.
A naturalidade é corrosiva, é o politicamente correto de uma sociedade onde se ter uma opinião torna-se radicalismo.
E a imprensa não tem que ser neutra não, isso é uma construção histórica usada pelos liberais em especial durante a 1 Guerra para difundir a idéia de que sua imprensa é neutra e a dos Estados "do outro lado" não.
O fato da imprensa assumir uma posição é o que falta. Veja por exemplo a Folha, foi somente recentemente que eles assumiram ligação com Ditadura Militar, apoio ao PSDB e visão neolibreal. Mas durante anos se vendeu como neutro e as pessoas lêem achando que É neutra e permearam suas idéias acreditando nisso.
Não existe determinismo na história, mas se algo se aproxima de ser um fato é que na história não existe neutralidade, porque esta não é aleatória, e sim parte de um jogo de interesses.
E sim a neutralidade na educação é nada mais do que se tornar mecanismo do Estado, veja o livro dos colegiais. Veja aonde vc levará seus alunos se seguir esta em cima do muro...
O problema é que a posição do educador pode sim acabar atrapalhando no que é passado ao aluno. Querendo ou não, a função do educador é mostrar os dois lados. Um educador que se posiciona não será arbitrário em relação de qual lado é o certo, apesar de não existir um lado certo e isso acabará fazendo os alunos também seguirem a opinião do educador. E não haverá no caso, uma opinião formada pelo aluno e sim uma ideologia barata passada pelo educador. Por isso, a posição de neutro no caso deve ser discutida. Não que ele seja proibido de falar o que ele acredita, mas que ele seja proibido só de falar o que ele acredita, o que normalmente é mais encontrado no sistema educacional atual.
ResponderExcluirBarbra. Pelo jeito ainda não leu Pedagogia da Autonomia do Paulo Freire.
ResponderExcluirEle, um dos maiores pensadores sobre Educação nos mostra neste livro que o professor deve sim se posicionar diante de seus alunos, e mostrar a eles como chegou a tal posição.
Isso só mostra o lado humano do educador. Pois a educação é humana, não mecânica. Por isso não pode ser neutra. O Educador é um sujeito histórico e dinâmico. Não deve ser neutro, mas sim coerente!!!
Marco Aurélio
"E não haverá no caso, uma opinião formada pelo aluno e sim uma ideologia barata passada pelo educador."(putz...)Realmente, ter opinião não quer dizer que somos cegos ao resto, cohecemos pra depois criticar e assim ter sua OPINIÃO e resumir isso a "IDEOLOGIA BARATA" é de uma insensatez imensa. Você disse no comentário anterior ..."já que a função dele[educador] é passar o que foi lhe indicado ensinar." que tipo de mentalidade é essa! é o atestado de mecanização da educação? Ainda assim não estaria sendo neutro, estaria passando um único ponto de vista, pior ainda, que não é o seu.
ResponderExcluirE qual a problemática em se "mecanizar" a educação se for em prol de uma sociedade com divergência de ideias, opiniões e debate e não dessa fábrica de semi-comunistas mirins e revoltados que temos hoje nas escolas brasileiras? A questão é que vocês não estão tratando aqui a educação pela educação (tanto que citaram Paulo Freire, sujeito declaradamente comunista e que trata em todas suas obras a Educação como um caminho pros seus objetivos), e sim a educação como forma de causar revolta e beneficiar a tão sonhada revolução. É por isso que hoje nossos jovens são a expressão perfeita da falta de responsabilidade com altos graus de libertinagem embutidos em sua personalidade: porque eles "aprenderam" com seus professores de história e sociologia a mentalidade de que qualquer regra ou forma de ordem é ruim, nociva e só vem a causar destruição e "opressão", uma típica inversão de valores de nossa época.
ResponderExcluirÉ incrível como vocês estão inseridos na realidade cotidiana do aluno de hoje em dia e não percebem que vocês estão criando exatamente o que vocês querem. Mas a última coisa que um professor que promulga sua ideologia em sala de aula está fazendo é educar, seja ele liberal, monarquista ou comunista.
Apesar de toda a propaganda anticapitalista, eu concordo com o que o texto (tenta) apresentar como o cerne da ideia: não existe real neutralidade, todas as pessoas tem uma opinião mesmo que ainda não saibam disso ou não consigam verbalizar o que pensam. Não existe "não-ação", ficar estático é também uma atitude.
Não existe resolução definitiva pra essa questão de quais pontos de vista da história são necessários serem apresentados, mas cabe ao PROFESSOR deixar claras as inconsistências da história A TODO MOMENTO. Também mostrar acontecimentos que os livros não relatam (quase nenhum livro brasileiro entra em detalhes sobre o terrorismo comunista da época do Regime Militar, importante pros nossos jovens conhecerem também e terem ideia da índole daquela gente). O problema é: eu não imagino um professor comunista mostrando os podres dos partidos e movimentos comunistas no Brasil (ainda mais com um governo de esquerda), vocês, professores comunistas, estariam dispostos a beber de outras fontes e dar esse conhecimento e visão aos seus alunos em prol de serem bons educadores ao invés de bons partidários ou revolucionários? Eu sinceramente duvido muito, mas acho que vocês como educadores deveriam pensar seriamente nisso.
Gostaria de saber o nome do autor do comentário acima. É um pensamento anticomunista sim, mas levantou uma questão importante.
ResponderExcluirSim, é fundamental escancarar as contradições da História, e apontar sim os erros cometidos pelas esquerdas tanto em nosso país como pelo mundo a fora.
Transformar a História da Esquerda em um conto de fadas também não ajuda em nada.
Marco Aurélio
Talvez ser neutro realmente não seja bom, mas acho que escolher um lado é uma prática limitada. O negócio é criar o seu !!!
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