sábado, 28 de junho de 2014

O sopro do vento



Energizante é o momento, é o pensamento,
É o poder que isso tem sobre o vento,
É como causa e efeito.
Luz do dia atravessando a janela

O cantar dos pássaros contentes...
Cômodos iluminados, portas abertas.
Mais uma vez o vento sopra,
Fazendo pequenas correntes.

Esse vento que faz girar o moinho,
Desmancha o cabelo, destelha as casas,
Desarruma o que nunca de fato foi estático.
Traz junto a mim o cheiro do teu perfume,

Aquele que não te faz indiferente,
Aquele que incendeia tudo onde passa,
Aquele que te faz tão presente,
Embora seja apenas mais uma mera lembrança,
Reluzente em minha mente.

Débora Farias

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O Girassol e o Violão. por: Isabela Salck

























Eram sete sorrisos pintados
Alguns versos gritados
Milhões de beijos para roubar
Mil histórias para contar

Do menino e o vilão
À menina destemida
Do menino da gaita
À menina que tinha medo da vida

Lágrimas escorriam de um belo rosto
Mas o poeta não cessava seus versos de alvoroço
O amor pairava em um canto qualquer
E mesmo de longe atingia o homem e a mulher

Oh, mas que grandes almas
Vestem em mim o manto da calma
Enquanto Belchior é relembrado em lindos tons sentidos
Recordações de momentos que jamais serão esquecidos

Os ventos parecem soprar a nosso favor
E a amizade é o novo tema para uma bela canção
Inspiram rimas soltas de poetas de louvor
Exclamam em versos quentes: SOMOS OS ARTISTAS DESSA GERAÇÃO!

Isabela Salck



terça-feira, 17 de junho de 2014

Vontade que se perde


A vontade de crescer, perde-se quando cresce-se; A vontade de brincar, perde-se quando brinca-se, A vontade da solidão, perde-se quando torna-se solitário; A vontade de comer, perde-se quando alimenta-se; A vontade de transar, perde-se ao gozar, A vontade da independência, perde-se ao fim da dependência, A vontade de dançar, perde-se quando dança-se; A vontade de beber, perde-se ao embebedar-se; A vontade de amar, perde-se quando ama-se; A vontade de ter, perde-se quando tem-se.
Minha vontade é mutante, é alterada sem por que. Assusta-me o cotidiano, a mesmice, a rotina. Sou mimada, sou egoísta, quero meus desejos atendidos, e quando atendidos, a vontade se perde.

Nathália Neves

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pátria de Chuteira


Brasileiro ou brasílico
Pobre ou rico
Brasileiro é brasa vermelha
O verde e o amarelo dos Bragança e Habsburgo

Classes unidas na política do pão e circo
Essa história positiva é uma piada
Classes unidas num grito de gol
Essa alegria coletiva é uma piada

A pátria de chuteira e dos pés descalços
Do gás lacrimogêneo e da bala de borracha
A pátria da caipirinha e do coquetel Molotov
Dos ônibus lotados e carros blindados

Do carnaval patrocinado e do bloco negro na rua
A festa não pode parar
A pirâmide social não pode mudar
Da Guarda Real de Polícia à Polícia Militar

OTÁVIO SCHOEPS

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Facebook, o moinho de vento da atualidade.

























É muito comum ver as pessoas tecendo severas críticas ao Facebook. Embora quase todo mundo use, esbravejar contra essa rede social tem sido um discurso vorazmente repetido, até mesmo pelos mais assíduos usuários.
"Saia do Facebook e vá ler um livro", "meus alunos só pensam em Facebook", "as pessoas vivem uma vida falsa no Facebook". Essas são apenas algumas das falas que se ouve por ai, as mais frequentes eu diria.
No entanto, vejo em todas essas críticas um pensamento raso e uma certa dose de hipocrisia. Afinal, podemos dizer de forma um pouco generalizante que todos, em maior ou menor grau, vivem uma vida falsa. E ora, se pedirmos para atirar uma pedra aquele que nunca usou o Facebook, o numero de projéteis mal daria para fazer um pequeno amontoado.
Será realmente que o Facebook é o grande vilão da atualidade? Será que essa rede social é a causa da falta de leitura e de reflexão sobre a vida? Creio eu que não. Aliás há muitos pontos positivos nessa rede.
Ao meu ver as redes sociais, que se consolidaram com o avanço da internet, criaram novos e práticos espaços de reflexão. Afinal, discutir assuntos como feminismo, questões de gênero, política, tarifa zero etc, se tornou muito mais fácil graças a essa ferramenta.
Podem apostar que existem muitas páginas em que se pode aprender bastante, basta desconsiderar os arruaceiros virtuais e turvadores de debate. Existe muita gente politizada, engajada e estudiosa encampando sua militância pelas redes sociais.
As charges do Latuff, os textos do Sakamoto, as discussões polêmicas do congresso são apenas alguns exemplos de coisas interessantes que são constantemente compartilhadas na rede. Alguém ai vai dizer que se tratam de baboseiras e perdas de tempo?
A questão é que as redes sociais funcionam como uma extensão da praça pública da aldeia, onde se debatem coisas do interesse da sociedade e também baboseiras. Se as redes sociais estão infestadas por assuntos banais e futilidades que servem apenas para fomentar o consumo, também há o outro lado da moeda.
Nem tudo está perdido, as redes sociais podem muito bem funcionar como um aliado. Não percamos nosso tempo enfrentando moinhos de vento.
Claro, de uns tempos para cá o numero de propagandas que o usuário é obrigado a visualizar tem aumentado e turvado a rede social, essa é uma crítica interessante. Além disso as informações compartilhadas na rede também não parecem mais salvaguardadas de vazamentos.
Por esse motivo digo que Facebook é um mar com águas agitadas, traiçoeiras e incertas, mas para aqueles que sabem os cuidados que devem tomar, e as direções para onde devem seguir, é sim uma ferramenta que pode contribuir com o acesso a informações e com o aprendizado.
Enfim é isso. Espero que tenham gostado, e se não gostaram que postem suas críticas nos comentários. Afinal é para isso que serve este espaço.

Abraços a todos.

Marco Aurélio


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Cantinho Girassol - Homenagem ao Dia das Mães: Neusir Índio e Professor Pedro

                                       Segundo Domingo de Maio de 2014          

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Rolezinhos/ Domesticação do Consumo




Há certo tempo venho acompanhando de relance, nas redes sociais, diversas discussões sobre os "Rolezinhos". Confesso que somente há alguns dias resolvi me inteirar melhor acerca do assunto.
O que percebo é que há um enorme incômodo, por parte dos setores mais abastados da sociedade, com os tais dos "Rolezinhos". Sem sombra de duvida, os encontros dos adolescentes tem dado muita dor de cabeça para os administradores de Shoppings Centers.
Mas afinal de contas será que esses jovens não frequentavam esse espaço antes dos "Rolezinhos"? Com toda certeza frequentavam. Então por que somente agora o estranhamento?
A razão do estranhamento está na postura. A mentalidade senhorial existe no inconsciente coletivo do brasileiro. De certa forma, todos sabem qual é seu lugar na sociedade. Diante dos mais abastados e poderosos é comum uma postura subserviente. A conversa não se dá de igual para igual, apesar de toda a cordialidade, o tom é de Casa Grande para Senzala.
Sem querer, o simples ato de ir ao Shopping aos blocos, ameaça o Status Quo das elites, é uma quebra do protocolo, algo que estava fora do Script. Os capatazes podem vigiar um ou dois"favelados" zanzando pelos corredores, mas não podem vigiar uma multidão deles.
Diante da patuleia organizada a democracia acaba. É hora de descer a chibata. Para garantir o privilégio das elites e restituir seu direito de passear pelos belos corredores e galerias, livres da "gente feia e pobre", vale qualquer coisa.
A elite brasileira não é outra se não aquela da colônia. Uma gente mesquinha e grosseira, que sente vergonha da miséria gerada por ela própria. O problema dos "Rolezinhos" não é outro se não o medo do "inimigo doméstico". O medo de ter a chusma organizada bem ao seu lado.
É claro que os adolescentes que vão aos Shoppings realmente só querem se divertir. Querem usufruir do espaço de lazer erigido e endeusado pela grande mídia burguesa. A predileção desses jovens pelos Shoppings, ao invés da praça pública ou das ruas de seus bairros, é fruto da propaganda feita pela própria Burguesia.
Quem tornou as ruas inseguras, infestadas por carros, poluídas, congestionadas e ameaçadoras foi a própria elite. Vivemos na cidade projetada pelos poderosos. Quem disse que o Shoppings são o lugar ideal para se divertir foram os grandes empresários.
Então por que a surpresa ao ver os jovens da periferia frequentando os Shoppings Centers? Não era esse o objetivo? Evidentemente que era. Mas não dessa forma. Eles querem os jovens da periferia nos Shoppings, mas dóceis, de preferência com o salário do mês no bolso.
A periferia é bem vinda nos Shoppings Centers, sem dúvida que é. Mas na condição submissa de consumidor. Na condição de quem trabalha o mês inteiro para ter o pseudo-prazer de ir as compras uma ou duas vezes. O prazer de perambular pelos corredores, visualizando nas vitrines tudo que um dia irá poder comprar, se trabalhar duro. E se contentar em levar ao menos algo, de tudo o que é oferecido, sentindo-se feliz por participar da festa do consumo.
É assim que as elites querem as periferias nos Shoppings Centers. Separados, dóceis, submissos, consumindo e sobretudo invisíveis.


Marco Aurélio