Estava lá mais uma vez, presa em padrões, estereótipos e classes.
A mídia impondo, ordenando, doutrinando. Ela fazendo pose para a foto naquele site.
Os olhos que a vigiam brilham cheios de uma criticidade fabricada.
Moldes de perfeição pairam em todos os cantos daquela sacada.
Vestindo-se para ser igual, pensando ser diferente. Se enganando dizendo não fazer parte, o tempo todo desejando não ser transparente.
Não querido, ela não é cool, nem cult, nem está na moda.
Mas tem uma chapinha de bolso.
Fica bêbada daquela cerveja fedorenta e cara, só pra você olhar e a achar descolada.
Baixou todos os sons da lista indie.
E nas fotos faz cara de chapada.
Mas, na real, ela é mesmo como você.
Quer estudar cinema. Queria ser DJ. Achou melhor não comer carne e detestar o BBB.
Queria montar uma banda e apresentar um programa de TV.
Estava lá mais uma vez, presa em padrões, estereótipos e classes.
Mas até o coelho percebeu que já é tarde.
THAÍS ALVES
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