sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Cadência


Passamos por ciclos
A dor e o amor
Passamos por riscos
O valor e o horror


Das ideias caídas
Dos ideais fecundados



A estrela cadente
E a gente decadente
A luz ascendente
A treva descendente

Das ideias falidas
Dos seres sonâmbulos

Passamos e voltamos
E aqui estamos
Pra onde vamos?
Amamos e repudiamos


Das ideias perdidas
Dos encantos e enganos

A desculpa é sempre a mesma
Crescimento, emprego e renda
A culpa é sempre a mesma
Inflação, desemprego e juros

Das mazelas adquiridas
Dos direitos perdidos


OTÁVIO SCHOEPS

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sentir e Viver


Sentir o capitalismo adoece
E a vacina nos chega assim
Assim como a dor no labor
Como o ódio e o rancor
                        
Numa vida fragmentada
Setas e linhas ociosas
Numa estrada pavimentada
Retas e curvas sinuosas

O cume tão distante
As cabeças pisoteadas
A coerência oscilante
Os pés nas encruzilhadas

Sentir o comunismo enobrece
E a cura nos chega assim
Assim como o amor do trabalhador
Como o óbvio e o calor


OTÁVIO SCHOEPS

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ódio de Classe


Ah o ódio, amanhece e escurece o dia após as eleições e dentro de um modelo de democracia burguesa os derrotados clamam vingança e separatismo, exalam o odor da xenofobia e da incoerência que tanto abarcam seus pensares medíocres, "separem o sudeste e o sul do País, seremos uma potencia" de fato no máximo seria uma potencial região xenofóbica, mais uma para ingressar nos diversos Países tomados pelo ódio ao outro. Ah seria tão bom se o governo lhes proporcionassem "bolsas livro-de-historia", aliás muitos poderiam voltar aos estudos e quem sabe com isso curarem a doença do proto-fascismo que parece estar bem disseminado. Eu como tenho afinidades politicas com o Anarquismo, tendo consciência de que o Estado jamais irá atender as questões que defendo, seria ingenuidade achar que atenderia, não posso e não irei ficar calado frente a xenofobia que exala das "crianças mimadas" que defendem seus interesses em detrimento ao todo, não defendo partido politico algum, os modelos representativos não me representam, acredito na democracia, não esta baseada no modelo burgues financiada e administrada (por assim dizer) pelas forças econômicas vigentes em todo globo, acredito que a conscientização e o trabalho de base pode trazer resultados positivos que proporcionam a possibilidade de obter consciência que possa chegar à autonomia da população frente à escravidão assalariada e da alienação e do fetichismo que esse sistema nos incute, exemplos muitos podemos citar, as regiões autônomas anarquistas durante a guerra civil espanhola, os Zapatistas de Chiapas, comunidades autônomas em todo o mundo, e cada uma seguindo modelos próprios, modelos dos quais partem de suas necessidades e desejos, da emancipação e do fim da exploração do homem sob o homem, tudo isso é possível quando percebe-se o potencial em si mesmo e que o fator de mudança reside em todos nós, nós é que possuímos as forças necessárias para vivermos em um mundo melhor
.....ensine a pescar...Bah...por acaso todos podem chegar ao lago? todos possuem varas de pescar? o lago é propriedade de alguém ou é de todos? papai noel existe?! (tsc)



Lucas Leandro da Silva

A lei


Não roubarás
A terra é sua? Quem te deu?
Não roubarás
A água é sua? Quem te deu?

Nessa terra roubada
Nessa vida alienada
Nessa água contaminada
Nessa morte anunciada

Não julgarás
A lei é sua? Quem te deu?
Não julgarás
A força é sua? A fraqueza sou eu?

Nessa luz que irradia, queima a injustiça
Nessa harmonia
Nessa paz que socializa, derrama a justiça
Nessa sincronia


OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 26 de outubro de 2014

Aqui venceu o Placebo.

Este é nosso país de terceiro mundo, ordem geopolítica que já está ultrapassada, afinal dizem sermos sul emergente. De tão emergentes que somos, estamos locados na emergência.
Estão na UTI a educação, a saúde e tantas áreas sociais. Estão sendo alvos dos ataques do neoliberalismo, afim de destruir um estado de bem estar social que em nosso país jamais existiu.
É assim que as coisas funcionam nessas nossas capitanias, os donatários pegam as piores ideias do velho mundo e implantam a revelia dos interesses da população. Ao mande e desmande dos coronéis, dos patrões.

Mas podemos dizer que desta vez venceu o placebo. Venceu o partido da presidenta, que carrega na sua base aliada problemas sérios como Sarney, e até o câncer chamado Paulo Maluf. Venceram aqueles que não são o pior que poderíamos ter, e que com certeza vão manter as massas um pouco mais tranquilas.
Porém os que venceram nem de longe serão o governo que nós merecemos, e sim apenas um placebo para dormirmos um pouco mais tranquilos.

Marco Aurélio.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Meritocracia herdada


José ao saber que sua esposa estava grávida, disse:
__ Quero dar tudo ao meu filho o que não tive.
Maria se alegrou , se animou, lutou e aguentou 9 meses
O filho nasceu, cresceu e não se deslumbrou.
O trabalho perdido
O conforto mal pago

José, homem honesto e doutrinado
Nada entendia
Maria, mulher honesta e doutrinada
Nada entendia

José ao saber que seu filho renegava, disse:
__ Que mal fiz eu? Para sentir esse fel.
Maria entristeceu, desanimou, perdeu, 9 meses perdidos
O filho amadurecido se rebelou
O trabalho achado
O conforto bem pago

José, homem honesto e esclarecido
Entendia
Maria, mulher honesta e esclarecida
Entedia

Que a vida é mais que a alma vendida
Que a vida é mais que um breve status
Que a vida é mais que essa terra
Que a vida é mais ou menos uma herança


OTÁVIO SCHOEPS

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Tempo Seco


O tempo seco as águas evaporam
No corpo o suor transborda
O tempo seco e as águas salgadas
Salgadas como o suor e as lágrimas

Das obras hidráulicas
O início
Das obras paradas
O meio
Das obras superfaturadas
O fim

O tempo seco a paciência evapora
No corpo o revolta transborda
O tempo seco e a falta de bom senso
Bom senso enterrado no seco imenso

Das obras para o bem comum
O início
Das obras e as dívidas
O meio
Das obras vendidas
O fim


OTÁVIO SCHOEPS

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

É você Deus Mercado? E a elite levanta e glorifica de pé.



Ventos de liberdade, competição e qualidade, eles dizem.
Ensinem a pescar, eles frisam.
A culpa é das estrelas, eles falam amém.
Pensemos com bases históricas e com uma analise concreta do presente sobre o neoliberalismo, que conclusões e tendências podemos salientar?
Como que o livre mercado pode proporcionar melhorias sociais sendo que não há uma redistribuição da riqueza, pelo contrario o que existe é a concentração e uma maior exclusão social em nome do lucro propriamente dito?
Crer que o Brasil, em todo o seu contexto histórico um dia se tornará os EUA, pois somos o País do futuro e que devemos tirar toda a carga tributaria no intuito de fortalecer as empresas, etc. etc. Bom, lembremos que a fuga das empresas em âmbito mundial para as regiões, principalmente para a Índia e a China, não se deve por um baixo nível de impostos em cima dos coitados empresários, mas, sobretudo pela carência de direitos trabalhistas e pela condição análoga de escravidão que essas pessoas, não tendo oportunidades, somadas com um grande e absurdo numero de pessoas na mesma situação que elas, proporcionam a mão-de-obra que essas empresas tanto desejam, não há uma formação de politicas de melhoria social proporcionadas por essas empresas, diminuir os impostos faria com que o detentor do capital embolsasse os lucros para ele ao invés da ideia de criação de postos de trabalho —acredita mesmo que os detentores do capital são generosos a ponto de gerar empregos, fomentar a economia e de quebra diminuir a desigualdade social? Besteira meu jovem padawan— existe uma falsa crença de que há diminuição da pobreza quando as pessoas saem da margem da miséria, tirar pessoas de estado paupérrimo não contribui para diminuir as desigualdades, desigualdade social é a diferença entre o quanto ganha o trabalhador com quem esta no topo da pirâmide social, ou seja, a base comparada com o topo, podemos ver as disparidades ao analisar as estatísticas que mostram um crescimento da riqueza acumulada pelo 1% durante o auge da crise de 2008,e entãotermos uma percepção desses reais problemas, enquanto a economia mundial minguava eles cresciam exponencialmente. Seria porque eles possuem a fé verdadeira no Deus-Mercado e por isso foram abençoados? (Padawan os livros te chamam).
Sobre a culpa é das estrelas... O problema é estrutural. É ESTRUTURAL. Há muitas criticas a serem feitas ao governo atual, na verdade a todo o tipo de governo, afinal o que assistimos é uma luta incessante no meio politico nacional entre partidos que querem ser os “gerentes” do capital, a mudança na esfera economia se dá na base de um ser mais voltado ao keynesianismo e o outro o do enxugamento do Estado nos parâmetros neoliberais.
Mudanças reais num sentido positivo da fala requer uma mudança não pautada exclusivamente na esfera politica, mas sim, da parte mais difícil a ser mudada, a consciência dos indivíduos, é preciso mudar as concepções enraizadas no seio social para que ocorra transformações, para que os indivíduos busquem mecanismos que atendam suas reais preocupações e com isso os beneficiem de um modo geral.
Exemplos muitos podem citar em relação aos malefícios do neoliberalismo, e exemplos muitos dos países que quebraram por causa desse sonho absurdo.

Meus caros, a “virtu”não faz parte dos ditames do Deus-Mercado, e pelo o que todos sabemos o seu templo se localiza atualmente nos Países centrais (leia-se nas entrelinhas EUA), por isso achar que milagres podem acontecer abaixo da linha do equador é a doce ilusão enraizada da elite, doce para ela, intragável para os demais.

Lucas Leandro da Silva

sábado, 4 de outubro de 2014

AUMBANDAN


Sua face humana esfacelada a pedradas
Sua face cristã contestada a pregadas
Sua face maquiada borrada
Sua face desmascarada

A capoeira engana o capataz
Pelos canaviais, campos e de toda a Bahia
A malandragem confunde a polícia
Pelas ruas trancadas, esquinas e encruzilhadas

A esquerda não se endireita
Aqui quem fala é preto velho e caboclo
A esquerda não se endireita
Aqui quem cala é bandeirante, senhor e capataz

A luta dançada te caça
Pelos canaviais, campos e favelas
A navalha te corta a cara
Pelas ruas, cruzes e encruzilhadas


OTÁVIO SCHOEPS