sábado, 3 de novembro de 2012

O silêncio

O silêncio atormenta
Mais que uma gritaria
O silêncio parece ser contra a nossa natureza
O silêncio é um turbilhão contido
A boca está fechada, mas a mente nunca,
Voamos mesmo que enjaulados
Pensamos mesmo que reprimidos
Olhamos mesmo que seja feio
Escutamos mesmo que sejam absurdos
O silêncio às vezes é mais alto que um tiro,
É mais doloroso que a bala perfurando a pele
É o abrigo que acolhe uma verdade, uma bobeira
É a tortura pra quem quer saber o que se passa atrás de olhos enigmáticos, sorrisos estranhos
É o que traz e o que tira a paz

Otávio Schoeps e Gabriela Godinho 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Não há


Vem de um sopro as aspirações
Vão de encontro aos furacões
Em constantes vibrações
E algumas visões

As perguntas calam
As respostas se intercalam
As vozes vociferam
As pessoas se separam

As classes oprimidas,
Se oprimem
As classes dominantes,
Também se oprimem

Não há vítimas
Não há lutas
Não há vidas
Não há vitórias

OTÁVIO SCHOEPS