sábado, 12 de outubro de 2019

CLASSES

O embrutecimento da classe operária é ignorada pela esquerda pós-moderna
A violência da classe operária é ignorada pela teologia da libertação
O enriquecimento da classe operária se dá na posse da produção
A paciência da classe operária se dá na distribuição

A tenaz luta na sagacidade
A luz nos fogos das armas
A sagaz luta na tenacidade
A luz que ilumina as almas

A brutalidade nos sinais e apitos
Escola, presídio e fábrica
A mobilidade nas greves e lutas
Rua, avenida e rodovia

O engrandecimento da classe operária será julgada e condenada
A violência da classe trabalhadora é legítima
O amadurecimento da classe trabalhadora se dá na sua consciência
A falência da classe trabalhadora se dá na terra morta privada

OTÁVIO SCHOEPS


sábado, 13 de abril de 2019

Palitos nos dentes

Limpando as carnes nos dentes
Prego os vegetais nos dentes
O dente rasga a carne
Que carne é rasgada?

A carne negra não paga nada
A carne proletária não paga nada
A carne favelada e triturada
A carne do oficio sagrado

De bom grado acentuo as contradições
De bom grado asso e, espero não ser assado
De bom falo, fodo e,
Espero não ser estuprado

A carne moída no mercado
A carne e o salário temperado
A carne marginal alvejada
A carne se volta e se revolta...

OTÁVIO SCHOEPS

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Caos transeunte

Não ando de trem, o caminho é pra quem tem
Não ando na rodovia, o pedágio vai além
Pelo meu bem as câmeras vigiam o meu vai e vem
Multa, sinal, blitz é o que tem

E lá vem o capital destruindo o meu quintal


Ando de carro à prestação
Fugindo da solidão
Dessa ideologia quero a contramão
Dessas ruas estreitas não sei se tô no Brasil ou no Japão

E lá vem o capital destruindo o meu quintal

Não ando a pé com medo do ladrão
A mídia me disse que o empresário é contra a corrupção
Não vivo, com medo de morrer em vão
A parceria público privada sabe o meu bem de antemão

E lá vem o capital destruindo o meu quintal

Ando devagar, o buraco sabe o meu bem
Na rodovia bandeirantes tem
O acidente e meu réquiem
Multa, sinal e blitz é o que tem

E lá vem o capital destruindo o meu quintal
O progresso unilateral
Meu bem, meu mal
É apenas um sinal

OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 9 de dezembro de 2018

VIVA LUTA


De nada adianta clamar aos céus uma tempestade 
Quando as nuvens estão dispersas
Do nada as nuvens se juntam
Do na nada a tempestade cai

De nada adianta reclamar nas redes sociais
Quando a rede é de direita
Do nada as esquerdas se juntam
Do nada a revolução saí

De nada nada adianta a social-democracia bradar
Quando o capital quer avançar
Do nada o povo se vê
Do nada o povo vai

De nada adianta a pequena burguesia, paz e amor, ladrar
Quando o povo saí às ruas a violência predomina
Do nada a pequena burguesia se apequena
Do nada o povo se engrandece.

OTÁVIO SCHOEPS

quarta-feira, 14 de novembro de 2018


BIPOLARIDADE

Nessa terra das quatro estações
Sou apenas bipolar
Nessa terra de dois pólos, norte e sul
Sou apenas bipolar

Sou a tese, a antítese e a síntese
Sou o pólo positivo, negativo e o equilíbrio
Sou o caos, a ordem e revolução
Sou o solo, seco e molhado

Nesse céu azul de nuvens carregadas
Sou a chuva de verão
Nesse céu tempestuoso, trás a vida e destruição
Sou a chama apagada a tempestade

Sou a conservação pós-revolução
Sou a hora perdida no horário de verão
Sou o passado e o presente sem futuro
Sou a maldição da repetição

OTÁVIO SCHOEPS

terça-feira, 12 de junho de 2018

GUERRA DECLARADA




Diziam “a guerra civil não declarada”
A guerra foi declarada, como sempre na calada
Os palácios devem ser destruídos com as pessoas dentro
O poder é um vício
As mansões devem ser destruídas com as pessoas dentro
O luxo é um vício
Diziam “sem violência”
A violência das elites vem á cacetadas e canetadas
A ganância avança e a miséria prospera
A ambição de um mundo justo
O orgulho dita as leis dos “bem nascidos”
O sujeito digno subjugado, luta
Diziam “conciliação entre as classes”
Paz entre nós, guerra aos senhores
Entre o choro da mãe do peão, que chore a mãe do patrão
Que cada gole dos seus coquetéis, que caía um coquetel molotov em você
Entre o seu privilégio, que permaneça os meus direitos
Suas asas serão cortadas á facadas, o grito dos excluídos te cala
Diziam “ame-o ou deixe-o”
Amamos a vida, morra você que quer a ver destruída
A idolatria do cifrão, o meu fuzil na mão
Vagabundos e párias, não sou pobre de direita
Somos proletários e não tememos nada, nem o trabalho
A elite política enforcada com as tripas da elite financeira
OTÁVIO SCHOEPS

domingo, 10 de junho de 2018

Era de se esperar


Era de se esperar
De comum os defeitos
Uns a controlar seus feitos
Outros a deixar aflorar

Era de se esperar
A vontade passar
E passou...
E aquilo que queríamos,
Já esquecemos
Era de se esperar
Outra vontade chegar
Com os mesmos dissabores
Que satisfazem o ego
Era de se esperar
A calma chegar
A esperança controlar
O mal calar
OTÁVIO SCHOEPS

De meias verdades e inteiras mentiras


Quem vive de aparência
Nega a transparência
Minha experiência
É esconder a essência

De cenas avassaladoras
Da alma desbravadora
De palavra consoladora
Da matéria libertadora

Quem morre de vivência
Nega saliência
Minha sobrevivência
É achar a inocência

De mentes transformadoras
De alma amadora
De palavra abrasadora
De verdade contestadora
OTÁVIO SCHOEPS